Quatro cidades perto de Nápoles fecharam "por luto", mantendo as portas das lojas abaixadas e com as escolas e repartições públicas desertas, em protesto pela possível abertura de um novo aterro na região.
As quatro cidades – Boscoreale, Boscotrecase, Trecase e Terzigno, celebraram "o enterro do Vesúvio" em um ato de rejeição à instalação de um segundo lixão no parque nacional que leva o nome do vulcão que destruiu Pompeia.
Cartazes fúnebres foram colados nos muros das quatro cidades, todos elas próximas ao Vesúvio, cujas ruas ficaram praticamente desertas devido à paralisação. À medida que a manhã avançava, começaram a se organizar protestos, com a participação de 10 mil pessoas, perto do aterro de Tersigno.
Os moradores vesuvianos protestam há meses por conta do mau cheiro do aterro que toma conta das casas.
Esse estado de agitação resultou nas últimas semanas em manifestações contra a provável abertura de um segundo lixão em Cava Vitiello, projetado para receber inicialmente 3 milhões de toneladas de lixo.
Nápoles e seus arredores foram tomadas há cerca de três anos por montanhas de lixo e a situação pode repetir-se agora, pois o lixo voltou a se acumular em suas ruas e também nas das cidades vizinhas.
Em março deste ano, o Tribunal de Justiça Europeu de Luxemburgo condenou a Itália por "não ter tomado as medidas necessárias" para eliminar o lixo na região meridional da Campania, o que "colocou em perigo a saúde humana e prejudicou o ambiente". Este mesmo tribunal afirmou que o plano para administrar os resíduos no Lazio ainda não está de acordo com a legislação europeia. A Comissão da UE notificou a Itália, que corre o risco de novas punições, após a condenação de 2007.
