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POLÍTICA: Votação sobre passe sanitário na Itália tem racha na base aliada

Os debates sobre novos usos do certificado sanitário para a Covid-19 na Câmara dos Deputados na Itália criaram uma crise na base aliada do governo de Mario Draghi.

Em uma reunião entre os líderes do partidos, ficou concordado que todos iriam retirar as emendas do chamado “passe verde” e que o projeto não seria enviado para o voto de confiança para que os deputados pudessem debater o tema.

A base do atual governo une partidos de todas as vertentes, como o populista Movimento 5 Estrelas (M5S), o de esquerda Partido Democrático (PD), o conservador Força Itália (FI), o de extrema-direita Liga, o centrista Itália Viva e um grupo de esquerda que reúne pequenas legendas.

Porém, à tarde, durante uma das votações das emendas da oposição, a sigla de Matteo Salvini apoiou em peso o texto apresentado pelo Irmãos da Itália (FdI), também de extrema-direita e liderado por Giorgia Meloni. A emenda pedia o fim da obrigatoriedade da apresentação do passaporte sanitário ao ir para restaurantes.

Apesar da mudança de lado, a emenda foi rejeitada por 270 votos contra e 134 a favor. Mas, os números mostraram que praticamente todos os membros da Liga na Câmara votaram em prol do texto.

O líder do M5S, o ex-premiê Giuseppe Conte, afirmou que “não pode estar liderando uma campanha vacinal um força política que tem uma postura que assuma três comportamentos diferentes na passagem de poucas semanas”. “Não se pode jogar com a vida dos cidadãos”, disse Conte.

Rival histórico da Liga, o PD se manifestou por meio da sua líder na Câmara, a deputada Debora Serracchiani, que chamou a atitude como um “ato irresponsável”, e pelo secretário geral da sigla, Enrico Letta. “Esse é um partido não confiável para estar no governo, nós queremos clareza”, acrescentou.

Apesar da discussão na Câmara, fontes afirmam que não está excluída a possibilidade de haver um Conselho de Ministros para definir a extensão do certificado sanitário para todos os locais que tenham aglomeração e atendimento ao público. Além dos cinemas, restaurantes e estádios, onde já é exigido, o passe verde poderia ser pedido em supermercados e shoppings.

Já a discussão da exigência do certificado para as fábricas de grande porte deve continuar porque o governo está em consultas com os sindicatos.

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