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Rapaz adotado por italianos procura mãe biológica

Emanuele Gentile tem sangue cearense, mas ainda maneja com dificuldade o português. Saiu daqui com poucos meses, ainda era recém-nascido.

 

Foi adotado por pais italianos e viveu todos os seus 24 anos em Roma. Da sua origem ele sabe pouco. Veio ao Brasil este mês exatamente para tentar encontrar sua mãe biológica, Francisca Amanda Dantas Tavares. Mas ainda não teve sucesso. Procurou na rua São Paulo, onde ela teria morado algum tempo. No entanto, o número da casa não existe mais. Buscou também na rua Júlio Ventura. Os moradores do local também não tinham notícias da antiga vizinha.

O único elo com o passado de Emanuele é a pedagoga Haydee Morais, que está hospedando o rapaz em sua casa. “Tenho uma irmã que mora na Suíça, ela conhece a tia do Emanuele. Por isso sabia que Anna Benedetti (mãe adotiva dele) tinha interesse em adotar uma criança, porque não podia ter filhos”, conta Haydee. Ela repassou a história para sua cunhada, que trabalhava no Hospital Geral de Fortaleza, onde Emanuele nasceu. “Minha cunhada soube do recém-nascido e me disse. Os pais adotivos dele decidiram vir a Fortaleza e deram início ao processo de adoção”. Como deu tudo certo, eles foram embora com a criança e não houve mais contato por 24 anos.

Até o início de 2009, quando Emanuele decidiu que iria procurar sua mãe biológica. Ele procurou a irmã de Haydee, que também mora na Europa, e decidiu vir ao Brasil. “Esse é o país que eu nasci. O sonho da minha vida era conhecer meu povo, minha cultura. E também ter notícias da minha mãe biológica. Sei que é difícil, mas não é impossível”. A viagem de volta à Itália está marcada para o dia 3 de julho. “Se eu não encontrá-la até lá, não vou tratar como algo trágico. Pelo menos vou saber que tentei”. Emanuele soube que era adotado aos 6 anos, mas conta que não entendia muito bem o que isso significava.

Busca
Quando completou 16 anos, decidiu que iria conhecer o Brasil e começou a planejar a viagem. Como ficou desempregado no início deste ano, usou o dinheiro do seguro-desemprego para completar o que faltava nas despesas e veio. Sua mãe adotiva ficou emocionada com a decisão dele. “É um momento muito forte pra gente. Mas ela sabe da importância e me desejou boa sorte.”

Entre uma procura e outra, ele aproveita para ver a cidade. E diz que gostou muito de Fortaleza. Do baião-de-dois, da tapioca, do rodízio de carnes. Também ficou impressionado com a variedade de sucos. Amou o guaraná, a água de coco e a cajuína. “Mas o café e as massas da Itália, não tem comparação”, diz, ora falando um portunhol misturado com italiano, ora em inglês. Se ele trocaria a Itália pelo Brasil? “O que eu sei é que não quero morar na Itália toda a minha vida. Se houver condições de eu viver bem aqui, é uma das opções que me agrada”.

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