
O ministro do Interior italiano, Roberto Maroni , admitiu levar a cabo repatriações forçadas de imigrantes procedentes de Tunísia que chegaram a Itália, sobretudo nos últimos dois meses, devido à situação no norte de África.
Numa entrevista publicada pelo diário Corriere della Sera , Maroni sublinhou que, se o governo da Tunísia não atuar com firmeza para bloquear a saída de imigrantes das costas tunisinas, o executivo italiano irá avançar para "repatriações forçadas".
"Estamos preparados para fazê-lo, metemo-los em embarcações e já está", comentou Maroni, membro do partido de direita Liga do Norte, que faz parte do governo conservador de Silvio Berlusconi.
Na última semana, Maroni deslocou-se com o seu colega dos Negócios Estrangeiros, Franco Frattini, a Tunes, onde se encontraram com as autoridades locais para combinar medidas a adotar para travar a saída de imigrantes a partir da Tunísia para Itália.
Linha de crédito à Tunísia
Do encontro resultou o anúncio da concessão pela Itália à Tunísia de uma nova linha de crédito de 150 milhões de euros para fomentar a criação de pequenas e médias empresas nas regiões desfavorecidas, com o compromisso de Tunes de atuar no bloqueio das saídas.
Contudo, Maroni disse que os "barcos continuam a chegar" e considerou que os procedimentos tunisinos são "demasiado lentos". O ministro sublinhou no entanto que a Itália "nunca aceitará as repatriações coletivas".
O titular da pasta do Interior italiano sublinhou que nos últimos dias chegaram às costas italianas mais de mil pessoas que asseguram ser de Tunes e outras mil de nacionalidades eritreia e somali que partiram da Líbia.
Somalis e eritreus não podem ser repatriados
"Os somalis e os eritreus não podem ser repatriados porque fogem da guerra e têm direito à proteção internacional (…) Prestaremos assistência e renovaremos à Europa a petição para ativar a distribuição entre os diferentes estados membros. Mas isto não pode valer para os tunisinos", sublinhou Maroni.
Sobre a crise na Líbia e a estratégia a seguir para definir uma solução para o conflito, Maroni apoiou a proposta de Frattini, que nos últimos dias defendeu a necessidade de envolver as diferentes tribos do país nas negociações.