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Religioso brasileiro diz que o Vaticano questionou a ditadura brasileira

O religioso brasileiro Frei Betto, ex-preso político durante a ditadura militar (1964-1985), afirmou que a Igreja inicialmente apoiou o golpe, mas depois o Vaticano questionou o regime. 

"A Conferência dos Bispos agradeceu a Nossa Senhora de Aparecida o fato do golpe ter afastado o Brasil do comunismo, mas logo mudou de posição e, quando fomos presos (foram vários padres em 1969) Roma nos apoiou na figura do cardeal Agostino Casarolli, o segundo na hierarquia do Vaticano, e portanto também tivemos o apoio do papa Paulo VI", observou Frei Betto.

O religioso da Ordem dos Dominicanos é escritor e autor de obras que influenciaram a corrente progressista do catolicismo nos anos 70 e 80.

Ele recorda que o arcebispo emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, foi "fundamental" para a Igreja começar a se envolver, "ele era contra a ditadura e criou a Comissão de Justiça e Paz, o (projeto) 'Brasil: Nunca Mais'".

A presidente Dilma Rousseff visitou Arns há um mês, com quem conversou sobre a criação da Comissão da Verdade, que investigará os crimes da ditadura. 

Betto comentou que o papel da Igreja brasileira foi semelhante à maioria das igrejas católicas da região, opondo-se às ditaduras, mas na Argentina foi o contrário: "Ali a igreja apoiou oficialmente a ditadura militar".

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