O ex-primeiro-ministro da Itália Matteo Renzi comentou pela primeira vez, o inquérito da Procuradoria da República em Roma que investiga seu pai, Tiziano Renzi, por tráfico de influência.
Em entrevista ao programa "Otto e mezzo", do canal "La7", o ex-premier disse que, no passado, os parentes de políticos sempre buscavam um modo de "evitar os processos".
"Eu sou feito de outro modo: para mim, os cidadãos são todos iguais. Mais do que isso: se meu pai, segundo os magistrados, cometeu qualquer coisa, espero que o processo seja concluído rapidamente. Se for culpado de verdade, deve ser condenado mais que os outros para dar um exemplo, com uma pena dobrada", afirmou.
Tiziano é suspeito de ter usado seu nome para levar a Consip, central de aquisições de bens e serviços do governo italiano, a fechar contratos com o grupo imobiliário do empresário Alfredo Romeo, preso na última semana.
De acordo com a Guarda de Finanças, o pai do ex-primeiro-ministro mantinha relações próximas com o CEO da Consip, Luigi Marroni, e, ao lado do também empresário e amigo Carlo Russo, teria induzido Romeo a prometer "vantagens de conteúdo econômico" em troca de sua mediação.
"Sobre aquilo que fez meu pai, ele é quem deve responder aos juízes", acrescentou Renzi, ressaltando que conhece os "valores" de sua família e lembrando que Tiziano já foi absolvido uma vez, em um processo por falência fraudulenta.
O pai do ex-premier depôs por mais de três horas nesta sexta-feira, em Roma, e afirmou que se aproveitaram de seu sobrenome. "Nunca peguei dinheiro, trata-se de um evidente caso de abuso de sobrenome", disse aos investigadores. Tiziano também garantiu que não conhecia Romeo e que jamais foi à sede da Consip.