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Presidente da Itália convoca Draghi para reunião sobre governo

Após o fracasso nas negociações entre os partidos políticos para a formação de um novo governo, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, convocou o ex-líder do Banco Central Europeu (BCE) Mario Draghi para uma reunião..

O encontro ocorrerá no Palácio do Quirinale e deve encarregar Draghi de formar um governo técnico no país. O nome do ex-presidente do BCE já vinha sendo ventilado por fontes ligadas ao poder porque poderia ser capaz atrair a oposição conservadora.

O anúncio da reunião foi feito após um pronunciamento de Mattarella, em que o mandatário descartou convocar novas eleições e disse que era necessário formar rapidamente “um governo que enfrente as graves emergências que não podem ser adiadas”. A referência é a crise sanitária e econômica provocadas pela pandemia de Covid-19.

Segundo o mandatário, a Itália precisa de um governo “com plenas funções e não com a atividade reduzida ao mínimo”, como ocorre no momento. Além disso, o chefe de Estado alertou que as forças políticas devem “ter um governo de alto padrão para enfrentar tempestivamente as graves emergências em andamento”.

Sobre a convocação de novas eleições, Mattarella foi bem claro que a crise da Covid-19 impede a realização de um pleito nesse momento.

“Nós estamos no meio da pandemia. Lembrem-se que eleições não consistem só no dia em que vamos votar, mas incluem muitas e complexas atividades precedentes. Além disso, a sucessiva campanha eleitoral pede encontros, assembleias, comícios […] onde é impossível manter os necessários distanciamentos. Em outros países nos quais se votou obrigatoriamente, verificou-se um grave aumento dos contágios e isso nos faz refletir se pensamos nas tantas vidas que até hoje continuamos a registrar”, acrescentou.

Além disso, Mattarella lembrou que em 2013, quando o Parlamento foi dissolvido, foram necessários quatro meses para formar um governo funcional. Já em 2018, foram necessários cinco meses.

“Seria deixar o nosso país com um governo sem a plenitude das funções em meses cruciais. Todas essas preocupações estão bem presentes nas vida de nossos concidadãos, que pedem por respostas urgentes”, pontuou.

Entre essas urgências, estão a aprovação do plano de recuperação da economia – que foi um dos motivos apresentados pelo Itália Viva (IV), de Matteo Renzi, para abandonar o governo de Giuseppe Conte e abrir a crise política.

“A aprovação é fortemente desejável antes da data final porque são financiamentos indispensáveis que são entregues rapidamente. Só temos dois meses de tempo para discutir o plano com mais um mês para aprovação por parte das comissões da União Europeia”, acrescentou.

Após o anúncio, Renzi afirmou que “escutou as sábias palavras do presidente da República Mattarella e que mais uma vez reconhecemos sua condução – e agiremos na sequência”. Já o líder da sigla de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, criticou a medida por ser uma “perda de tempo” e disse que a “soberania pertence ao povo”.

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