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Salvini toma distância de aliado envolvido em “caso Rússia”

Gianluca Savoini é investigado por "corrupção internacional"

O ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, tomou distância de seu ex-porta-voz Gianluca Savoini, investigado pelo Ministério Público de Milão por suspeita de corrupção internacional ao supostamente ter negociado um financiamento russo para o partido de extrema direita Liga.

Em entrevista, Salvini disse que não convidou Savoini para sua viagem a Moscou em outubro de 2018, quando o ex-porta-voz se reuniu com dois representantes russos no Hotel Metropol.

“Posso entregar os documentos de todos os passageiros que viajaram comigo. O que eu sei sobre o que ele fazia lá? Perguntem a ele. Sou ministro do Interior e prefiro me ocupar de coisas sérias. Essa investigação é ridícula”, afirmou Salvini.

O teor da reunião no Hotel Metropol foi revelado pelo site BuzzFeed, e o encontro também teve a presença de outros três italianos. Na conversa, o grupo aborda a possibilidade de uma empresa russa não identificada vender 3 milhões de toneladas de petróleo à estatal italiana ENI.

A operação seria feita por intermediários que, cobrando “pedágios”, criariam um fundo secreto destinado à Liga e que o BuzzFeed calculou em US$ 65 milhões. Na mesma reunião, Savoini lembra que a União Europeia realizaria eleições legislativas em maio do ano seguinte e que Salvini queria liderar um processo de mudança no bloco.

Não se sabe, no entanto, se a suposta negociação chegou a ser concluída. “Matteo Salvini e o movimento que ele representa serão defendidos em todas as instâncias”, disse à ANSA a advogada do ministro e do partido, Claudia Eccher.

No Twitter, Salvini reforçou sua posição e disse que nunca pediu “um rublo a ninguém”. “Processarei quem relacionar a Liga a dinheiro russo”, ameaçou.

Savoini

Antigo militante de extrema direita e membro da Liga desde 1991, quando o partido defendia a autonomia de parte do norte da Itália, Savoini se tornou porta-voz de Salvini em 2013, após sua eleição como secretário federal da legenda ultranacionalista.

Savoini exerceu a função por cerca de dois anos, mas depois continuou como conselheiro do atual ministro do Interior, especialmente para questões ligadas à Rússia. Ele é tido como artífice do acordo de colaboração entre a Liga e o Rússia Unida, partido do presidente Vladimir Putin, assinado em 2017.

O ex-porta-voz também estava presente em um jantar de gala oferecido a Putin em Roma, em 4 de julho passado, evento que teve as presenças de Salvini e Luigi Di Maio, os dois vice-primeiros-ministros da Itália.

Savoini se defende afirmando que as acusações contra ele são um “ataque político” a Salvini e que nunca houve repasse russo para a Liga.

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