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Secretário relata últimos momentos de Bento XVI

O arcebispo alemão Georg Ganswein, secretário particular de Bento XVI, deu detalhes sobre os últimos momentos de vida do papa emérito, que morreu aos 95 anos de idade.

Em entrevista para a imprensa vaticana, Ganswein contou que as últimas palavras audíveis de Joseph Ratzinger, na madrugada anterior a seu falecimento, foram: “Senhor, te amo”. A frase foi ouvida por um dos enfermeiros que se revezavam no quarto de Bento XVI, por volta de 3h de 31 de dezembro. “O enfermeiro me disse pela manhã, assim que eu cheguei no quarto”, declarou o arcebispo.

Na mesma manhã, Ganswein ainda rezou ao lado do papa emérito, o qual ele acompanhou durante todo o seu pontificado e após a renúncia. “Eu disse ao Santo Padre: ‘Vamos fazer como ontem, eu rezo em voz alta e o senhor se une espiritualmente?’. Ele não conseguia mais rezar em voz alta, estava sem fôlego. Abriu os olhos só um pouco – ele tinha entendido a pergunta – e fez sinal de sim com a cabeça”, relatou o secretário.

Ainda de acordo com Ganswein, Ratzinger começou a respirar de maneira cada vez mais pesada por volta das 8h da manhã. Os dois médicos presentes no quarto disseram ao arcebispo que estava se aproximando o momento em que Bento XVI lutaria “sua última batalha na terra”.

“Chamei as memores [leigas consagradas que ajudavam nos cuidados a Ratzinger] e a irmã Brigida, disse a elas que viessem porque tínhamos chegado na agonia. Ele estava lúcido naquele momento. Eu já tinha preparado as orações de acompanhamento para o moribundo, e rezamos por cerca de 15 minutos, enquanto Bento XVI respirava cada vez mais pesadamente. Era possível ver que não conseguia respirar bem”, afirmou.

Em seguida, o arcebispo alemão confirmou com os médicos que o papa emérito havia entrado em agonia, termo que também se refere à última luta da vida contra a morte. O suspiro derradeiro de Ratzinger chegou às 9h34 da manhã.

“Eu disse a todos: ‘Chamem o papa Francisco imediatamente, ele é o primeiro que deve saber’. Ele disse: ‘Estou indo agora!’. Ele chegou, eu o acompanhei no quarto e pedi para todos ficarem.

O Papa cumprimentou, eu ofereci a ele uma cadeira, ele se sentou do lado da cama e rezou. Deu a bênção e depois se despediu”, contou Ganswein.

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