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Costa Concordia emerge dois metros. Operação para endireitar o navio deve durar mais que o previsto

O Costa Concordia, cruzeiro que há 21 meses sofreu um acidente no litoral da ilha de Giglio (centro da Itália), causando a morte de 32 pessoas, já emergiu dois metros desde o começo da operação para endireitar a embarcação.

Engenheiros responsáveis pelo processo disseram que o casco do navio não está mais preso nas rochas da costa, e já emergiu cerca de dois metros – até agora a rotação no próprio eixo foi de ao menos dez graus.

A expectativa dos técnicos é que a partir dos vinte graus de rotação o navio se mova mais rapidamente em função do próprio peso, e será necessário o uso de amortecedores para controlar o movimento.

Prevista para ser concluída em 12 horas, a operação deve durar mais tempo. "Nós imaginamos que levaria 12 horas, mas se forem 15 ou 18 horas, o objetivo é fazer bem. Nós não estamos atrasados, estamos felizes com a forma como as coisas estão caminhando", afirmou o responsável pelo projeto de remoção do Concordia, Franco Porcellacchia.

A operação começou com três horas de atraso por causa de uma tempestade durante a madrugada, interrompendo os preparativos finais.

De acordo com os engenheiros, até o momento as câmeras submarinas que acompanham a operação não encontraram sinais dos corpos da passageira Maria Grazia Trecarichi e do tripulante Russel Rebelli – os únicos que não foram localizados após a tragédia.

O comissário extraordinário para a emergência do Costa Concordia e chefe da Defesa Civil italiana, Franco Gabrielli, disse até o momento tudo está  "correndo bem", e que a prioridade após endireitar o cruzeiro será a busca dos dois corpos.

Gabrielli afirmou também que o lado submerso do navio apresenta uma "grande deformação no casco" após ser comprimido contra as rochas pelo próprio peso.

A operação conhecida como 'parkbuckling' consiste em fazer a embarcação se mover 65 graus até a ficar em posição vertical.

Mais de 500 jornalistas acompanham ao vivo o processo de endireitar a embarcação de 44,6 mil toneladas, 290 metros de comprimento e cerca de 70 metros de altura.

A operação é realizada pela sociedade americana Titan Salvage e pela italiana Micoperi, e custou US$ 800 milhões (R$ 1,8 bilhão) à empresa Costa Cruzeiros, Cerca de 500 pessoas trabalharão para devolver o navio à posição vertical.

O cruzeiro se movimentará do Giglio somente no ano que vem, quando começará sua viagem final até um porto próximo no qual será feito seu desmantelamento.

Os responsáveis pela operação informaram ainda que é possível que durante o processo de rotação do navio ocorra o vazamento de gases produzidos pela decomposição de materiais orgânicos.

"A emissão de gases é uma possibilidade. De qualquer forma, estamos controlando constantemente as emissões na atmosfera, e por enquanto está tudo dentro dos limites", informou Sergio Girotto, engenheiro da Microperi.

Após o término da fase de estabilização do navio, se construiu uma estrutura com um falso fundo sobre o qual a embarcação descansará após sua fase de rotação – e que vai evitar que ela afunde novamente.

A etapa de 'parbuckling' é a fase mais delicada do processo, na qual as forças têm que ser compensadas para evitar a deformação ou rompimento do casco. Quando o cruzeiro estiver na posição vertical serão instaladas 15 novas boias estabilizadoras, como as que já foram instaladas na parte esquerda do casco.

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