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POLÍTICA: Umberto Bossi prefere eleições antecipadas

"Pessoalmente, preferiria ir às urnas, mas o governo terá a confiança", disse o líder da Liga Norte Umberto Bossi, respondendo àqueles que querem saber se em 14 de dezembro o governo obterá a confiança. ''Com as eleições, o povo dará um jeito para endireitar o governo", acrescenta ele. 

A moção de desconfiança foi solicitada pelo Partido Democrático (PD), opositor de centro-esquerda. 

O governo de Silvio Berlusconi ficou enfraquecido depois que o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, anunciou sua saída do Povo da Liberdade (PDL), co-fundado com o premier.

Ele também anunciou a formação de um bloco de 33 parlamentares na Câmara. 

Na última segunda-feira (15) quatro funcionários do gabinete italiano leais a Fini apresentaram sua renúncia, entre os quais o então ministro para a Política Europeia, Andrea Ronchi, e o vice-ministro do Desenvolvimento, Adolfo Urso. 

O "DIA D" PARA BERLUSCONI 

O 14 de dezembro será o "dia D" para o premier italiano, quando tanto no Senado como na Câmara dos Deputados se votará as moções a favor e contra o seu governo.

O premier enfrenta há semanas uma grave crise política, que incluiu a perda de aliados importantes e que pode derrubar seu governo. Há dois dias, se reuniram os três principais cargos institucionais do país: o presidente da República, Giorgio Napolitano, e os titulares de ambas as Câmaras: Renato Schifani (Senado) e Gianfranco Fini (Deputados). Foi justamente a saída de Fini da coalizão conservadora que apóia o governo de Belusconi, que deflagrou a crise atual.

Na reunião, todos concordaram que, com ou sem crise, é fundamental que o Parlamento aprove a lei do orçamento 2011 ("Finanziaria"), diante das dificuldades econômicas da Itália e do duro contexto europeu.

Outro resultado importante da reunião entre Napolitano, Schifani e Fini, foi um acordo sobre o percurso – uma espécie de "mapa da estrada", com as datas correspondentes, que todos os protagonistas da crise terão que seguir a partir de agora.

O orçamento deverá estar pronto até 10 de dezembro e três dias depois o premier falará às duas Câmaras. As moções a favor e contra o governo serão votadas ao mesmo tempo em 14 de dezembro.

Mais além destes aspectos técnico-institucionais, fontes próximas a Berlusconi disseram que o chefe de governo ficou satisfeito com os acordos alcançados graças à mediação de Napolitano.

De qualquer forma, os próximos dias serão cruciais. Os homens do premier já saíram à caça dos votos que faltam para que seu líder saia ileso também na Câmara dos Deputados. Na Câmara vários parlamentares apóiam Fini e há também um "grupo misto" que vota de acordo com sua conveniência. 

     O primeiro-ministro continua apostando na linha acertada com Bossi, líder da Liga Norte e seu principal aliado: se o governo for aprovado no Senado mas não na Câmara, Berlusconi poderia pedir a Napolitano para dissolver só uma das Câmaras.
     Este último ponto é bastante delicado e já provocou protestos da oposição.
     No entanto, o próprio Bossi já apontou outro cenário possível. "O governo durará até 27 de março", disse ele, que afirma existir tempo suficiente para que o governo aprove a chamada "reforma federal" do Estado nacional, um conjunto de normas pelas quais a Liga luta há algum tempo. (ANSA)

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