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Sindicatos italianos reagem a medidas econômicas e prometem “guerra”

Enquanto as autoridades da União Europeia convidaram o governo italiano a concretizar o quanto antes os compromissos assumidos pelo país na carta que Silvio Berlusconi entregou à cúpula do bloco, os sindicatos prometem guerra.

Os sindicalistas italianos chegaram a evocar a greve geral contra o que definiram "as medidas de pesadelo", em se referindo à facilitação das demissões por motivos econômicos promovida pelas novas diretrizes.

José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão, o Executivo da UE, disse diante do Parlamento Europeu que, após a cúpula desta última semana "agora é imperativo que a Itália concretize os compromissos, e que o faça seguindo um calendário claro".

Entre as medidas contidas no plano que Roma apresentou à UE está o compromisso de adotar, até maio de 2012, uma reforma do mercado de trabalho que contenha "nova regulamentação das demissões por motivos econômicos, nos contratos de trabalho por tempo indeterminado".

Isto implica uma mudança significativa no Artigo 18 do Estatuto dos Trabalhadores Italianos, aprovado em 1970, que proíbe a demissão de qualquer empregado com contrato por tempo indeterminado, se não for por "justa causa ou motivo justificado", para introduzir o novo parâmetro das "razões econômicas".

O primeiro a reagir foi Raffaele Bonanni, secretário-geral da Confederação Italiana dos Sindicatos dos Trabalhadores (CISL, de origem católica), que argumentou que "nós não concordamos com uma reforma das demissões, cuja proposta consideramos mais uma provocação, em um momento em que o país precisa de coesão social".

Ainda mais duro foi o comentário de Susanna Camusso, secretária da Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL, de origem comunista), para quem "a única demissão de que precisamos é a do governo".

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