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Unânimes, deputados italianos aprovam moção pela extradição de Cesare Battisti

A Câmara dos Deputados da Itália aprovou nesta quinta-feira (26) por unanimidade uma moção que pede a intervenção do governo italiano para obter do Brasil a revogação do refúgio político ao ex-ativista Cesare Battisti e a sua extradição à Itália.

 

O debate que precedeu a votação em plenário foi protagonizado pelos deputados do Partido Democrata (PD), de oposição, Giovanni Bachelet e Olga D'Antona, ambos familiares de vítimas das lutas políticas do país.

 

"O caso de Battisti é evidente. Infelizmente na França e no Brasil há uma ideia completamente errada do terrorismo italiano", ressaltou D'Antona, que também pediu à França que extradite ex-militantes de esquerda que ainda estão no país, como Marina Petrella, ex-integrante das Brigadas Vermelhas.

Antes da votação, o deputado Bachelet também se manifestou em apoio à extradição de Battisti. O parlamentar diz que sente "o dever de pedir justiça a um país amigo".

"Considero que a pena não deve ter nada a ver com o estado de alma dos familiares das vítimas, e considero um sucesso da democracia o fato de que terroristas que pagaram sua dívida com a Justiça tenham saído da prisão e tenham começado um percurso de reinserção", ponderou Bachelet.

Para o político, a luta armada na Itália "não era uma forma de resistência a uma ditadura sanguinária". Na verdade, de acordo com Bachelet, o período "provocou o distanciamento do Partido Comunista Italiano da perspectiva do governo, ou seja, influenciou a história italiana de um modo não propriamente revolucionário".

Bachelet disse ainda que a defesa de ex-militantes de esquerda é fruto de "uma obra de desinformação que vem dos salões radical chic". Por sua vez, Giuliano Cazzola, expoente da coalizão governista Povo da Liberdade culpou a França por Battisti ter recebido o refúgio no Brasil.

"Se Battisti se encontra no Brasil é porque recebeu a hospitalidade da França, onde vivem na mordomia dezenas de terroristas", ressaltou. Antes de ir para o Brasil, Battisti viveu cerca de 14 anos na França.

O ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) é condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro italianos. Preso no Brasil desde 2007, Battisti recebeu no dia 13 de janeiro o refúgio político do governo brasileiro, o que causou uma crise diplomática entre Brasília e Roma.

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