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CRISE NA POLÍTICA ITALIANA: Mattarella dá mandato exploratório para presidente da Câmara Roberto Fico

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, deu para o líder da Câmara dos Deputados, Roberto Fico, o mandato exploratório para verificar a possibilidade de uma maioria política para a formação de um novo governo no país.

“O presidente da República recebeu nesta noite no Palazzo del Quirinale o presidente da Câmara, Roberto Fico, e lhe confiou a missão de verificar uma maioria política. O presidente da República pediu ao presidente Fico para apresentar relatório até a tarde da terça-feira (2)”, diz um comunicado oficial do chefe de Estado.

Com isso, Fico deverá consultar os partidos para informar se há como formar um governo estável, sem a necessidade de realização de novas eleições.

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O anúncio veio menos de uma hora depois do mandatário informar que adotaria, “em brevíssimo tempo”, uma decisão sobre a formação de um novo governo para o país, após a renúncia do premiê Giuseppe Conte ocorrida na última terça-feira (26). Conte continua no cargo para dar andamento a ações rotineiras,

O mandatário terminou as consultas com os partidos políticos na tarde de hoje e informou que buscaria a formação de um governo estável.

“Emergiu a perspectiva de uma maioria política a partir dos grupos que apoiavam o governo precedente. Essa possibilidade, porém, irá ser devidamente verificada”, afirmou Mattarella, ressaltando que é urgente “dar vida a um governo com adequado apoio parlamentar” em um “momento tão decisivo”.

“A Itália, como todos os países, está enfrentando novas perigosas ofensivas de uma pandemia que precisará ser derrotada com uma difusa e decidida campanha de vacinação e que muitos cidadãos estão sofrendo pesadas consequências”, disse ainda lembrando da crise sanitária da Covid-19.

A decisão de Mattarella está em linha com as expectativas, que mostraram que o M5S, principal sigla da base de Conte, e que o Partido Democrático (PD) continuavam com o interesse de continuar juntos no governo – assim com os partidos menores.

Outro ponto importante é o fato de que o M5S apresentou ao presidente a possibilidade de retomar conversas com o Itália Viva (IV), do ex-premiê Matteo Renzi, que foi quem deu início a atual crise política. O partido anunciou sua saída do governo Conte por não concordar com o programa de retomada do crescimento e da gestão de recursos da pandemia e, com isso, deixou o primeiro-ministro com uma frágil maioria no Senado.

A postura do M5S desta sexta-feira, porém, já foi criticada por expoentes da sigla, que se negam a se unir novamente a Renzi e não abrem mão de Conte como premiê.

Se Fico fracassar em fazer uma base sustentável de apoio, Mattarella poderá optar por encarregar outro político de tentar um governo ou convocar a antecipação das eleições.

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