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Prefeito de Roma, Ignazio Marino, desiste de renúncia

Como já vinha sendo especulado há alguns dias, o prefeito de Roma, Ignazio Marino, retirou seu pedido de renúncia, feito no último 8 de outubro e formalizado quatro dias depois. Segundo a legislação italiana, o chefe municipal tinha até 1º de novembro para reconsiderar.

 

A decisão representa mais uma reviravolta na conturbada administração do chefe municipal, que comanda a "cidade eterna" desde junho de 2013. Marino realizou uma série de reuniões nos últimos dias e, apesar das ameaças de uma renúncia em massa dos vereadores da sua própria legenda, o centro-esquerdista Partido Democrático (PD), preferiu permanecer no poder.

 

"O prefeito de Roma, Ignazio Marino, assinou uma carta na qual retira a sua renúncia", diz um comunicado do Campidoglio, sede da Prefeitura da capital italiana. O comissário do PD para a metrópole, Matteo Orfini (homem de confiança do primeiro-ministro Matteo Renzi), já chegou a um acordo com os vereadores da sigla para uma deserção em massa.

 

No entanto, a legenda ainda precisaria contar com votos da oposição de direita para derrubar o prefeito. Outra opção seria a elaboração de uma moção de desconfiança. Se isso acontecer, seriam convocadas novas eleições para o ano que vem, nas quais Marino já cogitou concorrer. No último domingo (25), mais de mil romanos saíram às ruas para defender o chefe municipal. Na ocasião, ele disse que não iria "decepcionar" os manifestantes.

 

Pressionado havia meses para deixar o cargo, o prefeito viu sua situação ficar insustentável após a revelação de que gastara 150 mil euros em 2014 com jantares, hospedagens, reuniões e cerimônias oficiais. Em depoimento espontâneo ao Ministério Público de Roma, Marino alegou que muitas assinaturas em recibos são falsas e que jamais usou dinheiro público para fins privados.

 

Antes disso, ele vinha sendo criticado devido ao processo "Mafia Capitale" ("Máfia Capital"), que desbaratou um grande esquema de associação mafiosa dentro da Prefeitura, derrubando inclusive alguns membros de seu gabinete. Apesar de não estar envolvido no caso, Marino foi questionado por ter nomeado assessores mais tarde acusados de corrupção.

 

Seus aliados dizem que os movimentos contra o prefeito se devem justamente às investigações contra o esquema conduzidas durante seu mandato. Especula-se que, com a retirada da renúncia, Marino queira apenas deixar o cargo de uma forma digna, defendendo suas conquistas na Câmara Municipal e deixando claro que a opção de derrubá-lo é exclusivamente política, ou seja, uma vontade do mesmo PD que o elegera.

 

"Acho que existe um lugar sagrado para a democracia, que é a Câmara Municipal. Estou pronto a encarar a minha maioria para ilustrar tudo que fiz: as coisas positivas, os erros e a visão para o futuro", declarou o prefeito.

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