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Criticada, ministra italiana, Maria Elena Boschi, desafia oposição

A ministra italiana das Reformas e das Relações com o Parlamento, Maria Elena Boschi, defendeu-se do pedido para sua destituição, que foi apresentado à Câmara dos Deputados pelo partido de oposição Movimento Cinco Estrelas (M5S).

A moção tem como base um "conflito de interesses" porque o pai da ministra, Pier Luigi, foi vice-presidente do Banco Popular da Etruria nos oito meses que antecederam a liquidação, por parte do governo, da instituição bancária.

"Se a minha família estiver envolvida, eu me demito. Se o meu pai errou, ele precisa pagar por isso – mas não em um julgamento feito através de talk shows. Sou orgulhosa de fazer parte de um governo que tem um conceito muito simples: quem erra deve pagar, quem quer que seja, sem diferenças ou privilégios. Não há espaço para medidas de duplo sentido aqui", disse sob aplausos do Partido Democrático (PD), a sigla governista.

Abrindo as contas de sua família, Boschi mostrou que nenhum deles conseguiu ter vantagem financeira com a quebra da entidade e que, após o fechamento das instituições, eles também ficaram com prejuízos. Desafiando os opositores, a ministra pediu provas de que ela tenha favorecido alguém "seja familiar ou amigo" e disse que o fato ser jovem pode atrair "inveja" de certos "colegas".

"Ser ministra aos 34 anos pode atiçar a inveja e as más línguas, mas isso não me dá medo porque conto com o afeto de colegas e amigos. Desafio quem apresenta essa moção de desconfiança. Não permito que coloquem em discussão minha honestidade. Como ministra, sempre fui parte das instituições e jamais favoreci amigos ou meus interesses", finalizou.

Assim como Boschi, o primeiro-ministro Matteo Renzi também é alvo de uma ação de voto de desconfiança, que pode derrubar todo o governo italiano. Além da liquidação do Etruria e de outros três bancos populares, os deputados abriram a moção após a imprensa revelar que o idoso Luigino D'Angelo, 68 anos, suicidou-se por perder 100 mil euros em investimentos no banco.

A sessão para votar a desconfiança foi marcada para o dia 15 de janeiro na Câmara e, no mesmo dia, será apresentada ao Senado.

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