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Tripulação de navio anunciou apenas um blecaute após acidente na costa italiana

A tripulação do navio de cruzeiro Costa Concordia, que naufragou na costa italiana matando ao menos 11 pessoas, insistiu em anunciar logo após o acidente que a embarcação havia sofrido apenas um blecaute e dizia estar "verificando as condições".

Uma conversa telefônica de meia hora entre um oficial do navio e outro da Capitania dos Portos, depois da colisão do navio com uma formação rochosa perto da ilha de Giglio, foi divulgada pelo canal de televisão "Sky TG24". No diálogo é possível ouvir o oficial insistindo que o caso seria apenas um blecaute.

Já os funcionários da Capitania dos Portos ressaltavam que a polícia teria recebido uma ligação de um marinheiro do navio informando sobre um teto caído e que as pessoas a bordo teriam colocado os coletes salva-vidas.

Outra reportagem do jornal "La Repubblica" indica que, após o momento do choque do Costa Concordia contra as pedras, em um período de uma hora e 15 minutos, o comandante da embarcação, Francesco Schettino, contatou pelo menos três vezes o diretor de operações marinhas da empresa proprietária da embarcação, Roberto Ferrarini.

A empresa Costa Cruzeiros, proprietária do navio, anunciou nesta quinta-feira a suspensão de Schettino, envolvido agora em uma nova polêmica. Após um diálogo mostrar que o comandante estava fora do navio durante o resgate e teria se recusado a voltar a bordo, o capitão agora é acusado de estar acompanhado de uma jovem, de nacionalidade moldávia, na noite do acidente –segundo as autoridades, ela não aparece nem na lista de passageiros, nem na da tripulação.

O advogado da empresa, Marco de Luca, informou sobre as medidas que a companhia decidiu tomar por enquanto, entre elas a suspensão de Schettino, o que se considera um primeiro passo para sua demissão após o naufrágio, que deixa um balanço de pelo menos 11 mortos e cerca de 20 desaparecidos.

De Luca explicou que a proprietária do cruzeiro acabou se tornando "parte afetada" na investigação aberta pela Promotoria de Grosseto, que acusa o capitão, atualmente sob prisão domiciliar, de homicídio culposo múltiplo, naufrágio e abandono do navio.

O advogado alega que a empresa "sofreu um dano patrimonial enorme", além do "drama humano e tragédia" causados pelo naufrágio. Em sua opinião, ainda é prematuro constatar se a Costa Cruzeiros, que insiste que o acidente ocorreu por "falha humana", se constituirá como parte civil em um eventual processo judicial.

O que é certo da parte a Costa Cruzeiros é que ela não oferecerá assistência legal ao capitão da embarcação.

A empresa também informou nesta quinta-feira que está entrando em contato com os passageiros e as associações de consumidores para devolver-lhes o dinheiro da compra do pacote e as demais despesas materiais decorrentes do naufrágio, que provocou a retirada dos ocupantes de um cruzeiro que levava 4.229 pessoas a bordo.

Busca por mais vítimas

Após permanecerem interrompidas durante grande parte desta quarta-feira, as tarefas de resgate de novas vítimas foram retomadas nesta quinta logo cedo. Foram identificados outros dois dos corpos encontrados até agora, pertencentes a um homem e a uma mulher, ambos de nacionalidade francesa.

O ministro do Meio Ambiente britânico, Corrado Clini, informou que, nesta sexta-feira, o Conselho de Ministros da Itália abordará a já anunciada medida que pretende estabelecer uma lista de "rotas arriscadas" para cruzeiros.

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