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Após absolvição de mafiosos, escritor e jornalista italiano Roberto Saviano critica Justiça

Depois de ver os chefes mafiosos Francesco Bidognetti e Antonio Iovine serem absolvidos do crime de ameaças contra ele, o escritor e jornalista italiano Roberto Saviano expressou seu descontentamento com a Justiça e disse que obteve uma "vitória pela metade".

Isso porque o Tribunal de Nápoles reconheceu que aconteceram as intimidações, mas as colocou sob responsabilidade do advogado Michele Santonastaso, condenado a um ano de prisão no caso. "É uma vergonha que se possa pensar que existe um advogado da Camorra que age sem pedir instruções aos clientes. Onde já se viu um advogado que não acerte sua estratégia defensiva com o acusado? Se isso é possível, quer dizer que a Camorra não existe", declarou o escritor em entrevista aos jornais "La Stampa" e "La Repubblica".

Já em um vídeo postado no Facebook Saviano afirmou ser difícil comentar uma situação do tipo, uma coisa "tipicamente italiana, pela metade, sem coragem". "A sentença foi importante pela metade. Na realidade, ela desiludiu muitos. Foi condenado o advogado Santonastaso, considerado responsável pelas ameaças camorristas feitas a mim, portanto a pedido do clã. Mas os mandantes, Iovine e Bidognetti, foram absolvidos", disse.

O jornalista ainda agradeceu a quem esteve próximo a ele durante todo o processo, seja com orações, tuítes, mensagens no Facebook ou doações. "A parte importante dessa sentença é que as palavras lhes deram medo a ponto de me ameaçarem", acrescentou.

Francesco Bidognetti e Antonio Iovine, ambos presos, são líderes do clã dos Casalesi, que pertence à Camorra, a máfia napolitana. Eles eram acusados de ameaçar de morte Saviano e a jornalista Rosaria Capacchione.

Em 2006, o escritor publicou o livro "Gomorra", que inspirou um filme homônimo. A obra revela toda a estrutura da organização criminosa e como seus tentáculos chegam a diversas partes do mundo.

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