Catolicismo Romano

Um Tempo no Deserto – Por Mônica Romano

Quando Jesus passa um tempo no deserto se preparando para a grande missão que O trouxe para este mundo, penso em várias coisas; Nós também temos nosso tempo no deserto. E eu, é claro, tive e estou tendo o meu, e ele tem se mostrado rico, me feito enxergar coisas e experiências que eu não tinha vivenciado até então.

Quando o Papa Bento XVI renunciou ao seu pontificado em 2013 , confesso que fiquei perdida e decepcionada, afinal isto não aconteceu em quase 600 anos! Antes dele o papa Gregório XII, em 1415, que o fizera durante o Grande Cisma do Ocidente, e o primeiro a renunciar sem pressão externa foi o papa Celestino V, em 1294.

A distância entre Roma e os fiéis espalhados pelo mundo já tão distante parecia que tinha ficado ainda maior. Porque logo agora que um respeito e descoberta pelo que é belo, sagrado, e Santo estava sendo redescoberto? Me senti órfã de fé, e momentaneamente e institivamente senti que tinha que dar um longo passo atrás para ver a situação de outro ângulo.

Veio o pontificado de Francisco e o abandono cresceu ainda mais, contrário do que se imagina que aconteça, quando se tem fé é quando ela se torna mais latente, aí é que somos mais aplicados!

Muitos acreditam que o Pontificado de Francisco foi um verdadeiro desastre para Igreja, pelo contrário, é aí que podemos ver a diferença, aí que podemos comparar melhor entre o quente e o frio. De todos os pontificados pós Concílio Vaticano II , o pontificado do Papa Bento XVI e o pontificado do Papa Francisco é o que nos mostra com mais clareza as diferenças e qual caminho podemos seguir.

Em oito anos de pontificado do Papa Bento XVI a Igreja fez mais por seus fiéis que todos os Papas pós concílio juntos! Uma grande massa de jovens padres piedosos se formaram, as famílias voltaram a dar importância aos Sacramentos aos filhos. Quantas grandes famílias nós podemos ver hoje nas Paróquias que escolheram o “estilo” Bento XVI de vivenciar a fé? Os Padres largaram as calças jeans, batinas baratas ( não simples ) , com aspecto encardido para vestirem-se de sacralidade através de suas casulas. Descobrimos a beleza do latim, do silêncio, das orações piedosas, das Missas bem celebradas.

Em contraste , o pontificado do Papa Francisco ao menos a mim, mostrou o outro lado, o lado que valoriza os que estão do lado de fora da barca, não à toa que a maior parte de seus admiradores são justamente aqueles que professam outras religiões ou religião nenhuma! São os amantes das árvores, das Pacha-Mamas, do miserável, ( não do simples) , da sopa de letrinhas, dos não cristãos.  Uma coisa é ter simplicidade outra coisa é ser miserável. Acaso Jesus repreendeu Maria que o ungiu com óleo caro e enxugou seus pés com o cabelo? Para Deus sempre o melhor!

Vivemos hoje em um mundo de futilidades. Diferente de épocas anteriores que o homem estava preocupado com os bens materiais, hoje parece que está preocupado com coisas existenciais, banais, parece completamente desconectado com a Centelha que Deus deixou.

No meu deserto, eu não quis influenciar, não quis apontar, não quis ter razão, eu apenas observei e continuo observando.

Infelizmente o Papado foi reduzido a um cargo, de nada se parece com uma Missão Apostólica. Hoje em dia é um cargo político, e como a política está polarizada, não será diferente no Conclave.

Anos atrás eu copilei uma Profecia dos Papas, meio que acreditando sem acreditar, ocorre que verdadeira ou falsa, ela pode se tornar real e o “ Pedro Romano” pode sim ser eleito e se isto acontecer outra “profecia” se cumpre: A que diz que o destino do mundo está diretamente ligado à Igreja, neste caso a única Igreja que importa: A Igreja Católica Romana.

Mônica Romano é catequista em Belo Horizonte, Minas Gerais e colaboradora dos portais Rádio Italiana e Catolicismo Romano.

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