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Uma pobre pedra e o nome exposto, a última morada do Papa

Com o sepultamento de Jorge Bergoglio, a Basílica de Santa Maria Maggiore, principal templo mariano de Roma, acolherá o túmulo do primeiro papa jesuíta, com uma “pedra pobre” e apenas a inscrição de seu nome exposta.

A imponente igreja do século V está localizada no coração da capital da Itália e é onde o Papa Francisco costumava rezar na véspera de suas viagens ao exterior ou ao retornar.

O local para o fim de sua “viagem terrena” foi escolhido pelo próprio Pontífice, desejo expressado em seu testamento.

No total, a Basílica abriga sete túmulos de papas, sendo que o franciscano Nicolau IV foi o primeiro a ser enterrado. Outro túmulo bem conhecido é o do primeiro papa dominicano Pio V.

Seguindo o pedido de Francisco, o túmulo do “Papa dos Pobres” terá uma placa de mármore, com uma única gravação, quase imperceptível, composta exclusivamente pelas 10 letras que compõem seu nome como Pontífice, “Franciscvs”. Sem frescuras e certamente sem ouro.

A lápide de Jorge Mario Bergoglio, 266º Papa da Igreja Católica, representará o que o Santo Padre professou em seus 12 anos de Pontificado: sobriedade e humildade, assim como suas origens, as do homem que veio do “fim do mundo”. Um estilo tão minimalista que pode até levar alguém a pensar em fazer uma intervenção de última hora para tornar a inscrição mais legível.

Diferentemente de suas antecessoras, de fato, a gravura em memória de Francisco não é realçada pela cor preta, mas simplesmente gravada naturalmente no mármore, tanto que é quase difícil de ver.

Além disso, a lápide foi feita de uma pedra de “Finale Chiara”, composta de calcário do Mioceno proveniente de sedimentação marinha. É um tipo de mármore extraído da pedreira de Arma dell’Aquila, um sítio arqueológico localizado em Finale Ligure, e tem sido usado há séculos como material de construção.

Pontes construídas na época romana com esse material ainda são utilizáveis, explicam especialistas na área. A lápide está inserida no túmulo, cujo projeto foi apresentado pela Santa Sé.

Bergoglio repousará no lóculo da nave lateral entre a Capela Paolina e a Capela Sforza, da Basílica, e está localizada perto do Altar de São Francisco, conforme o desejo do Santo Padre.

O túmulo foi feito com ardósia de Lavagna, “a pedra da Ligúria que é a terra de seus avós” e que vem das pedreiras que têm vista para o Golfo de Tigullio, no leste da Ligúria, entre Sestri Levante e Val Fontanabuona.

Segundo relatos, a pedra negra nunca foi considerada nobre, mas “do povo”, porque era essencial e resistente, como o Papa que até o fim quis estar entre o povo.

No túmulo, além da inscrição, haverá uma reprodução da cruz peitoral de prata que ele usava no pescoço durante seu pontificado. As despesas de seu sepultamento, como o próprio Bergoglio escreveu em seu testamento, foram pagas por um benfeitor que permaneceu anônimo por enquanto.

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