
Produtos como carnes bovinas e suínas, automóveis SUVs e picapes, componentes aeronáuticos ligados à Boeing e uísque do Kentucky estão entre os possíveis alvos de eventuais represálias da União Europeia contra o tarifaço de 30% imposto ao bloco pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A Comissão Europeia, poder Executivo da UE, enviou oficialmente aos Estados-membros a lista de contramedidas que miram 72,1 bilhões de euros em importações americanas, prontas para entrar em vigor caso não haja acordo até 1º de agosto.
O pacote inicial era de 95 bilhões de euros, mas foi redimensionado, segundo a relação visualizada pela ANSA. Além da tarifa de 30% contra o bloco, as retaliações também se devem à alíquota de 25% contra automóveis e peças automotivas imposta por Trump contra o mundo todo.
Elas se juntariam a um primeiro pacote de 21 bilhões de euros em resposta ao tarifaço de 50% contra o aço e o alumínio, represália que está congelada até 1º de agosto, quando entra em vigor a alíquota de 30% sobre as importações europeias.
Países como França e Itália pressionavam para que Bruxelas não incluísse o uísque Bourbon do Kentucky devido ao risco de tarifas adicionais de Trump contra o vinho europeu, mas a lista ainda é passível de alterações.
A relação também contempla produtos como cítricos da Flórida, microchips do Texas, soja da Louisiana, carne bovina de Kansas e Nebraska e itens em madeira de Alabama, Geórgia e Virgínia.
O setor mais atingido pelas possíveis represálias é a indústria pesada e tecnológica, por um total de 65,7 bilhões de euros, incluindo aviões e componentes da Boeing (10,8 bilhões), peças automotivas (9,9 bilhões), maquinários (9,4 bilhões), dispositivos médicos (7,6 bilhões), químicos e plásticos (7,7 bilhões) e aparelhos elétricos (6,1 bilhões).
Além das contratarifas, o Executivo da UE também propõe um pacote de restrições a exportações para os EUA, com foco em materiais ferrosos e alumínio.