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Berlusconi afirma que Milão poderá se tornar uma cidade islâmica, caso a esquerda vença nas eleições

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, afirmou que, caso a esquerda vença o segundo turno das eleições regionais, que ocorrerá no próximo fim de semana, Milão pode se tornar uma cidade "islâmica", "cigana" e assediada por "estrangeiros".

"Milão não pode se tornar uma cidade islâmica, uma cidade cigana cheia de campos rom [etnia romena] e assediada pelos estrangeiros aos quais a esquerda dá o direito de voto", protestou o premier em seu site na internet, no qual pediu votos para seu partido, o Povo da Liberdade (PDL). Ele pediu às pessoas que não deixassem de votar nos próximos dias 29 e 30 de maio, quando ocorrerá o segundo turno dos pleitos regionais, afirmando que "não queremos entregar Milão a uma esquerda autoritária e clientelista".

No primeiro turno, o candidato governista, Brichietto Moratti, do PDL, recebeu 41,58% dos votos, e foi ultrapassado pelo oposicionista Pisapia Giuliano, do Partido Democrático (PD), com 48,04% dos votos. Em seu texto, Berlusconi exaltou a história milanesa, que em sua visão tem sido a "capital mais importante da Europa pela inteligência, a criatividade e o empreendedorismo". Caso a esquerda vença as eleições, observou, a cidade corre o risco de se tornar "desordenada, caótica e insegura".

Ele ainda atestou que, "graças a Moratti, as taxas e tarifas para os serviços públicos [em Milão] são os mais baixos na Itália". "Devemos votar para defender os nossos interesses, os nossos direitos e a nossa liberdade por uma Milão mais bela", acrescentou. O premier se ausentou hoje da audiência judicial nesta cidade referente ao caso Mills, processo em que é acusado de subornar um advogado para prestar falso testemunho em um processo anterior. A audiência acabou não ocorrendo, uma vez que a testemunha convocada, o armador italiano Diego Attanasio, não compareceu. Ele e seu médico alegaram motivos de doença, o que o obrigou a permanecer na Namíbia, onde mora atualmente. Attanacio é uma das testemunhas "chave" no processo. Segundo a defesa do advogado inglês David Mills, os US$ 600 mil da suposta propina recebidos do primeiro-ministro teriam sido, na realidade, pagos pelo armador quando ele era seu cliente. Porém, Attanacio desmentiu essa versão quando testemunhou no julgamento de Mills.

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