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Ursula Von der Leyen sobrevive a moções de censura por União Europeia-Mercosul

A presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, sobreviveu a mais duas moções de censura no Parlamento do bloco, ambas motivadas também pelo acordo de livre comércio com o Mercosul.

A primeira delas, apresentada pelo grupo de extrema direita Patriotas pela Europa, foi rechaçada com 378 votos contrários, 179 a favor e 37 abstenções.

O texto denunciava a “incapacidade da presidente da Comissão Europeia de enfrentar os desafios mais urgentes, como o declínio econômico e social da União e a alarmante situação de segurança”, e questionava a conclusão do acordo com o Mercosul, “ignorando a forte e repetida oposição dos agricultores e pecuaristas europeus”.

Já a segunda, protocolada pelo grupo parlamentar A Esquerda, foi derrotada com 383 votos contrários, 133 a favor e 78 abstenções.

De acordo com a moção, o Executivo da UE atuou “sem mandato” para fechar um acordo tarifário com os Estados Unidos “lesivo para os interesses europeus” e “criou um déficit democrático” ao proceder para a ratificação do pacto com o Mercosul sem os parlamentos nacionais.

O acordo entre os dois blocos foi concluído em dezembro passado e enviado por Bruxelas aos Estados-membros em setembro. A expectativa é de que a assinatura ocorra ainda neste ano.

“Esse acordo controverso arrisca expor os agricultores e trabalhadores europeus à concorrência desleal e comprometer os objetivos climáticos da União”, afirma o texto, que ainda acusa Von der Leyen de “falta de respeito ao direito internacional” por não ter sancionado Israel devido à guerra na Faixa de Gaza.

“Aprecio profundamente o forte apoio recebido hoje. A Comissão continuará trabalhando em estreito contato com o Parlamento Europeu para enfrentar os desafios da Europa”, afirmou a mandatária.

Von der Leyen já havia escapado de uma moção de censura em julho passado, por placar semelhante, que dizia respeito a mensagens trocadas pela alemã com o CEO da farmacêutica Pfizer, Albert Bourla, para negociar a aquisição de vacinas durante a pandemia de Covid-19, que a Comissão Europeia se negou a divulgar.

Para ser aprovada, uma moção de censura precisa do apoio de uma maioria qualificada de dois terços dos votantes no Parlamento da UE.

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