
O Vaticano manifestou apoio ao apelo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que a China use sua influência sobre a Rússia, sua aliada, para pôr fim à guerra na Ucrânia.
A declaração foi dada pelo secretário do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, durante visita à filial do hospital infantil Bambino Gesù, no bairro de San Paolo, em Roma.
“Acredito que será necessário o grande envolvimento de toda a comunidade internacional para que seja possível dar alguns passos em direção à paz”, declarou Parolin a repórteres.
Segundo ele, possivelmente “algumas negociações estão em andamento, talvez não publicamente, desconhecidas da maioria das pessoas”. Portanto, espera que “esses contatos possam levar a uma trégua”.
Questionado sobre como alcançar um cessar-fogo na Ucrânia, o cardeal destacou o papel potencial de Pequim nas negociações e lembrou que Trump está atualmente em viagem pela Ásia.
“Também acho que a China tem algo a dizer sobre isso. De fato, o presidente Trump está atualmente na China e no Extremo Oriente, em parte para abordar esse ponto”, acrescentou.
O comentário do número dois do Vaticano reforça a recente estratégia diplomática de Trump, que busca envolver potências globais — incluindo a China — em esforços para pressionar Moscou a encerrar o conflito, iniciado em fevereiro de 2022.
Durante a visita, Parolin também enfatizou que os esforços de paz da Santa Sé continuam concentrados, sobretudo, em iniciativas humanitárias, especialmente no apoio às vítimas do conflito e na mediação de trocas de prisioneiros entre Ucrânia e Rússia.
“Estamos especialmente comprometidos com esse aspecto, acreditando que os esforços humanitários, tanto em termos de assistência às pessoas afetadas pela guerra quanto em termos de trocas de prisioneiros, podem ser um caminho para a paz”, afirmou.
De acordo com o religioso, o Vaticano mantém sua tradição diplomática de atuação em crises internacionais com foco na ajuda humanitária e no diálogo, papel que desempenha “desde a Primeira Guerra Mundial”.



