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Veneza faz apelo para atrair turistas após maré alta

“Venham a Veneza e encontrarão uma cidade belíssima e sustentável, que em poucas horas voltou à normalidade”. Esse é o apelo lançado pela Associação Veneziana de Hospedagem (AVA), um mês após a histórica maré alta que alagou a cidade, danificando monumentos e assustando os turistas. De acordo com a entidade, os alagamentos de novembro – considerados os piores em meio século – prejudicaram o turismo em Veneza, um dos principais destinos de viajantes estrangeiros à Itália. As imagens da Basílica de San Marco debaixo d’água e do vento arrastando barcos e gôndolas rodaram o mundo todo. “Desde metade de novembro, vivemos uma queda sem precedentes na quantidade de reservas, uma redação que não foi registrada nem após os atentados às Torres Gêmeas, nos Estados Unidos”, disse o presidente da associação, Vittorio Bonacini, ressaltando que Veneza registrou uma taxa de 45% de cancelamentos, incluindo eventos e convenções na cidade. “No ano passado, a ocupação durante o Ano Novo era de 100% das estruturas de Veneza. Neste ano, está abaixo de 50%”, confessou.

A queda nas reservas afeta não somente as 400 estruturas hoteleiras de Veneza, mas também os B&B’s, restaurantes e comércios. “Os mercados americano e inglês, nossos principais clientes, são dos que sentimos a maior desistência. Junto com os franceses, eles representam 40% do faturamento turístico da cidade”, contou o diretor da associação, Claudio Scarpa.

Apesar da maré alta ser um fenômeno comum em Veneza, neste ano os alagamentos atingiram níveis recordes que não tinham sido registrados em 53 anos. As águas ultrapassaram os 150 centímetros em novembro. “A maré alta atingiu níveis excepcionais por uma coincidência raríssima de eventos esporádicos e extraordinários.

O que ninguém conta é que tudo aquilo durou apenas uma hora e meia.

Depois de três horas, a maré baixou e Veneza rapidamente retomou sua vida”, ressaltou Bonacini.

A queda no turismo dificulta ainda mais o pagamento dos prejuízos estruturais contabilizados pela Prefeitura de Veneza.

Estima-se que os alagamentos tenham custado 400 milhões de euros à cidade, sendo 6 milhões de euros ao sistema cultural de museus e 30 milhões de euros às redes hoteleiras. Se há um ano Veneza discutia formas de conter o turismo em massa, adotando medidas como pagamento de taxa de visitação, hoje a cidade se esforça para convencer os viajantes a ficarem na cidade. (Ansa)

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