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Vice-presidente da Líbia acusa Itália de “violar soberania”

A missão naval italiana em águas da Líbia no Mar Mediterrâneo voltou a causar polêmica com o governo do país do norte da África.   

O vice-presidente do Conselho Presidencial líbio, Fathi al-Mejbari, acusou o governo italiano de “violar a soberania nacional” com a missão e pediu a intervenção das Nações Unidas na questão. Essa é a segunda vez que um líder líbio crítica o acordo entre Roma e Trípoli em menos de uma semana.   

Segundo al-Mejbari, em entrevista ao site da emissora “TVLybia Channel”, a medida “é uma infração explícita do acordo político e de suas cláusulas” e “não reflete a vontade do Conselho Presidencial do governo de unidade nacional”. Ainda de acordo com o site, o político chegou a pedir ajuda da Liga Árabe e da União Africana para receber apoio em suas solicitações contra a Itália.   

O general Khalifa Haftar, que controla uma grande área do leste da Líbia e é visto como um “rival” do premier Fayez al-Sarraj, ameaçou bombardear os navios italianos que estivessem próximo à costa marítima do país.   

No entanto, a missão naval italiana é uma resposta ao pedido de Sarraj para ajudar no combate ao tráfico de pessoas no Mar Mediterrâneo e, segundo o documento aprovado no Parlamento da Itália, elas atuam em parceria com os militares líbios.   

Horas após as ameaças de al-Mejbari, porém, a agência Ansa verificou com fontes militares que atuam no projeto que tudo está “procedendo regularmente” e como foi combinado com o premier do país africano.   

Essa primeira fase da missão é apenas de patrulhamento. O navio Comandante Borsini, que atua na operação Mare Sicuro, entrou nas águas territoriais líbias e segue em sua rota até Trípoli.   

No navio, está embarcado o chamado “núcleo de reconhecimento”, que inclui militares de diversas esferas e entidades geridas pela Marinha italiana. De acordo com os italianos, tudo está ocorrendo dentro do prazo previsto e sem nenhum incidente.   

Já fontes do governo italiano informaram que as palavras do vice-presidente não afetam a relação entre as duas nações e que elas estão “dentro da dinâmica de um debate interno líbio, que a Itália respeita plenamente”. Para Roma, a missão quer “potencializar a luta contra os traficantes de pessoas e reforçar a soberania do país”.   

A operação militar italiana não tem o objetivo de atacar, mas sim vigiar e monitorar as águas líbias no Mar Mediterrâneo para ajudar no combate ao tráfico de pessoal. Ela ocorre em um trecho muito usado pelos criminosos para levar imigrantes ilegais até as ilhas do sul da Itália e que há anos é rota de passagem de milhares de pessoas.

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