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Após absolvição de mafiosos, jornalista italiano Roberto Saviano afirma que voltará a morar nos EUA

O jornalista italiano Roberto Saviano anunciou que vai voltar a morar nos Estados Unidos após a absolvição dos mafiosos ligados à Camorra. A informação foi dada pelo próprio jornalista em um programa televisivo.

"Sim, volto aos Estados Unidos. Você ficaria na Itália depois que absolveram pessoas como Iovine e Bidognetti?. Não quero falar de exílio, mesmo com o pesar. Eu gostaria de voltar, é meu sonho, em uma Itália diferente e livre", falou o autor do livro Gomorra, publicado em 2006 e que revelou a estrutura da máfia Camorra.

Saviano destacou que se adaptou bem aos EUA, onde é professor de economia criminosa em uma universidade, e elogiou o sistema norte-americano sobre as lavagens de dinheiro.

Os mafiosos Francesco Bidognetti e Antonio Iovine foram considerados inocentes pelo Tribunal de Nápoles por ameaçar o escritor de morte. Apenas o advogado dos dois, Michele Santonastaso, terá que cumprir pena de um ano de prisão.

O escritor criticou a decisão afirmando que "é uma vergonha que se possa pensar que existe um advogado da Camorra que age sem pedir instruções aos clientes. Onde já se viu um advogado que não acerte sua estratégia defensiva com o acusado? Se isso é possível, quer dizer que a Camorra não existe".

Setola

O chefe do clã Casalesi, ligado ao Camorra, Giuseppe Setola, anunciou que não irá mais colaborar com a Justiça italiana nos casos da máfia. No dia 8 de outubro, Setola anunciou que iria colaborar com a Justiça em investigações contra outros criminosos.

O "arrependimento" ocorreu em meio ao processo no qual ele é acusado pelo homicídio do empresário Domenico Noviello, morto em 2008 por ter se recusado a pagar propinas à máfia napolitana.

Na época, ele afirmou que decidiu "colaborar" e fez um apelo: "Salvem a minha família, do contrário os Bidognetti os matarão", disse o mafioso, referindo-se ao grupo que estaria ameaçando seus parentes. Encarcerado desde 2009, Setola já foi condenado três vezes à prisão perpétua.

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