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EMERGÊNCIA: Faltam alimentos na ilha italiana de Lampedusa

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, declarou hoje que é "inaceitável" o fato de que 2 mil imigrantes ilegais que desembarcaram nos últimos dias em Lampedusa estejam sem receber refeições das autoridades locais. 

De acordo com uma denúncia do prefeito de Lampedusa, Dino De Rubeis, a empresa contratada para administrar o sistema de acolhimento dos imigrantes que chegam a Lampedusa, a Lampedusa Accoglienza, tem distribuído 4.200 refeições diárias, sendo que, neste momento, há cerca de 6.200 imigrantes na cidade.

Napolitano fez um apelo a todas os países, principalmente da Europa, em nome "do espírito de coesão e solidariedade – que não devem faltar neste momento" a ajudarem a ilha siciliana, acolhendo grande parte desses imigrantes. 

"Em Lampedusa devem se intensificar, como já ocorreu nos últimos dias, os fluxos de meios necessários para transportar grande parte das pessoas que desembarcaram nos últimos dias", indicou o chefe de Estado da Itália, que está no Museu da Imigração da Ilha Ellis, nos Estados Unidos. 

Para ele, as regiões italianas "não podem se arriscar e dar um show de incerteza e divisão, como parece ocorrer. Não é possível que uma região acolha parte dos imigrantes e outra se negue a fazê-lo", e ressaltou ainda que "o problema do êxodo migratório na costa sul italiana não é só nosso, mas da Europa inteira".

"Se amanhã a ilha não se esvaziar porque os navios [que iriam acolher os imigrantes e levá-los a outras regiões da Itália e da Europa] não atracaram em Lampedusa, teremos uma bomba pronta a explodir", alertou hoje o secretário de Saúde da região siciliana, Massimo Russo, em uma coletiva de imprensa. 

Um grupo de moradores da ilha de Lampedusa realizou um protesto reivindicando medidas para controlar a situação de emergência na ilha e bloqueou o porto local. Hoje (28), nova manifestação ocupou o conselho comunal. 

A dificuldade de distribuição de alimentos e de manutenção sanitária da ilha também chamou a atenção do Conselho Episcopal Italiano (CEI), que defendeu, por sua vez, que o reconhecimento dos imigrantes como "cidadãos" portadores "de direitos e deveres" é uma meta que não pode ser postergada. 

"Sobre a delicada questão da imigração, a paz e o acolhimento estão estritamente ligados: se nos abrimos para um, nos abrimos para dois", observou o porta-voz da CEI, Dom Domenico Pompili, ao ler um comunicado dos bispos italianos.

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