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Itália é excluída de decisões sobre guerra na Líbia, mas chanceler minimiza ausência em debate

À medida que os bombardeios da coalizão avançam sobre cidades líbias – e os rebeldes conseguem impor alguns reveses ao ditador Muamar Kadafi – cresce o desafio das potências ocidentais, incapazes de definir uma estratégia política para o futuro do país norte-africano.

Com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assumindo o comando militar da operação, os Estados Unidos anunciaram o recuo de algumas de suas fragatas mobilizadas no Mar Mediterrâneo. No front diplomático, no entanto, a falta de coordenação evidente levou a um atropelo: os líderes de França, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos promoveram ontem uma teleconferência para debater a crise – deixando de lado a Itália, ex-potência colonial que dominou a Líbia e dona de importantes bases militares de onde partem os voos da coalizão.

A teleconferência – um dia antes da reunião marcada para discutir a crise nesta terça-feira, em Londres – surpreendeu a imprensa da Itália, cujos sites estampavam ontem em letras garrafais a exclusão do país. Numa entrevista à rede La7, no entanto, o ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, desmentiu qualquer mal-estar diplomático entre os aliados:

– Não se estava decidindo nada, e a Itália não sofre de síndrome de exclusão.

Rússia também fica fora das negociações internacionais

Quando os ministros do Exterior dos integrantes da coalizão se reunirem na capital britânica, estarão na pauta propostas que vão do exílio do ditador líbio – como vêm articulando os italianos – ao apoio político legítimo aos rebeldes do Conselho Nacional Líbio visando à transição política pós-Kadafi. O dilema não é simples: além de esbarrar na insistência do ditador em permanecer, muitos ainda questionam o grau de confiança que se pode dar aos opositores – diversos, desconhecidos, desorganizados e sem experiência político-democrática.

Outra potência que ficou de fora das negociações sobre a Líbia foi a Rússia. Segundo a agência Interfax, o país – que se absteve na votação do Conselho de Segurança da ONU – não foi convidado. O chanceler Sergei Lavrov não poupou críticas à ofensiva militar e denunciou o que considera uma "ingerência em assuntos internos da Líbia". Já a Turquia, também reticente quanto à operação, ofereceu-se para mediar um cessar-fogo a fim de "evitar um segundo Iraque ou Afeganistão", afirmou o premier Recep Tayyip Erdogan ao "Guardian".

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