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União Europeia demonstra preocupação com impacto da seca na Itália

O Centro Comum de Pesquisas (JRC) da União Europeia alertou para os possíveis graves impactos da estiagem na Europa, especialmente nos casos do norte da Itália, França e Espanha, em um relatório divulgado.

Segundo o documento, os impactos “já são visíveis” e “levantam muitas preocupações para o abastecimento de água para uso humano, para a agricultura e para a produção de energia”.

O JRC alerta que a Europa deve viver um novo verão “extremo”, como ocorreu em 2022, e recomenda o monitoramento preventivo e a adoção de medidas para uso apropriado da água e de estratégias específicas para o setor.

Reforçando o que a ONG italiana Legambiente havia divulgado em fevereiro, a região alpina teve um “acúmulo de neve bem abaixo da média e está inclusive inferior ao do inverno 2021-2022” e “isso levará a uma forte contribuição para o descongelamento da neve que vai para os rios na região alpina na primavera e no início do verão de 2023”.

De acordo a entidade italiana, o percentual da cobertura de neve nos picos dos Alpes está 54% menor do que a média histórica.

Só na Lombardia, região mais rica e mais populosa da Itália, os dados de monitoramento confirmam as previsões futuras porque a situação atual é pior do que em 2022. Faltam mais de 2 bilhões de metros cúbicos de água e os recursos hídricos disponíveis apresentam um déficit de 60% na comparação com a média do período – no ano passado, era 57%.

Também nesta segunda-feira, o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), das Nações Unidas, divulgou um relatório anual alertando para os perigos no mundo por conta da falta “sujeito a riscos típicos da Europa Mediterrânea, alguns devidos às peculiaridades das mudanças climáticas e outros pelas particularidades dos ecossistemas e setores produtivos”.

Entre eles, está a diminuição das precipitações – o que afeta a disponibilidade de recursos hídricos – e a vulnerabilidade das costas, além das ameaças da poluição e da superexploração de espaços.

Já no âmbito mundial, o relatório aponta que o “ritmo e a dimensão do que foi feito nos últimos cinco anos e os planos atuais são insuficientes para enfrentar as mudanças climáticas”, que são um “desafio sem precedentes”.

“Mais de um século de uso de fontes fósseis, de energia não sustentáveis e de abuso do solo aumentaram a temperatura em 1,1ºC na comparação com os níveis pré-industriais; os desastres meteorológicos extremos estão mais frequentes e intensos em todo o mundo”, ressalta o relatório.

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