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Itália pede indiciamento de membros da ONU por morte de Attanasio

O Ministério Público de Roma solicitou o indiciamento de dois funcionários do Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas pela missão que terminou com a morte do embaixador italiano no Congo, Luca Attanasio, do policial Vittorio Iacovacci e do motorista Mustapha Milambo em fevereiro do ano passado.

Rocco Leone e Mansour Luguru Rwagaza, organizadores da missão no norte do país africano, foram acusados pela promotoria de homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) por não fornecerem medidas adequadas de segurança para proteger o diplomata e sua escolta policial.

A medida foi apresentada pelo promotor italiano Francesco Lo Voi e o deputado Sergio Colaiocco. “Os dois suspeitos são acusados de terem certificado falsamente, a fim de obter permissão dos escritórios locais do Departamento de Segurança da ONU, indicando no pedido de autorização para a missão, em vez dos nomes dos do embaixador Attanasio e do policial Iacovacci, os de dois funcionários do PAM para enganar os gabinetes quanto à real composição do comboio”, diz a nota do Ministério Público.

Segundo o comunicado divulgado após o término das investigações, isso aconteceu “porque eles não haviam encaminhado a solicitação, conforme prescrito pelos protocolos da ONU, pelo menos 72 horas antes”.

Entenda o caso:

No ataque do dia 22 de fevereiro, seis homens armados obrigaram a comitiva a parar pouco após o grupo deixar a cidade de Goma, no leste do país, no meio de uma estrada que cortava o Parque Nacional Virunga, um santuário nacional do Congo e palco da atuação de diversas milícias com os mais diversos escopos.

Para parar o comboio, porém, eles colocaram obstáculos na estrada e deram tiros para o ar e os disparos chamaram atenção dos soldados das Forças Armadas e dos guardas florestais, que estavam a menos de um quilômetro da ação. Com a chegada dos militares, os criminosos mataram Milambo e tentaram retirar os dois italianos, mas com o tiroteio, ambos acabaram mortos.

Os procuradores romanos confirmam que definem o crime como sequestro de pessoa com objetivo terrorista e que “foram finalizadas as buscas para identificar os componentes do grupo armado, também através das ações feitas pelas autoridades da República Democrática do Congo”.

No dia 18 de janeiro, o governo anunciou a prisão de seis pessoas que teriam atuado no ataque e que pertencem a um grupo chamado Balume Bakalu. Mas, até hoje, há dúvidas se os acusados são realmente os culpados ou se há outros suspeitos.

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