Gastronomia

Itália comemorou 2º Dia Nacional do Espresso e do Capuccino

O café faz parte da vida cotidiana em muitos lugares do mundo, mas na Itália é a bebida nacional por excelência e faz parte da cultura do país, que nesta última sexta-feira comemorou o 2º Dia Nacional do Espresso e do Capuccino.

Mais de 3.500 estabelecimentos aderiram à iniciativa, organizada pelo Instituto Nacional Espresso Italiano, que investiga os segredos da bebida e pretende "educar" seus consumidores com a divulgação de um manual de conselhos que permitam que o cliente avalie se um lugar é ou não o adequado para tomar café.


Todo amante do café sabe que Roma é uma das melhores cidades quando o assunto é a bebida, motivo de rivalidade entre dois estabelecimentos quase centenários: o Sant'Eustachio e a Tazza d'Oro, que travam disputas diárias com suas lendárias receitas.

Para muitos, o sabor de Roma é o de Sant'Eustachio, conhecido como "o café dos senadores" por estar localizado a poucos metros da sede do Senado, perto da Piazza Navona, fundado em 1938 e comandado atualmente pelos irmãos Roberto e Raimondo Ricci.

Suas paredes conservam fotografias e quadros antigos, que dividem espaço com as peças que ocupam suas estantes, como sacos, caixas e latas de café, além de bombons, balas, trufas e licores feitos do grão.

Pelo balcão do Sant'Eustachio, onde o café é apreciado de pé, passaram políticos como Mahmoud Abbas, Mikhail Gorbachev e Henry Kissinger.

Raimondo, que se encarrega do caixa e quase não tem tempo para conversar, conta que o presidente e fundador da companhia Starbucks, Howard Schultz, decidiu iniciar sua grande cadeia internacional quando entrou pela primeira vez no estabelecimento.

"Ele vem todos os anos para ver o que fazemos por aqui", disse Ricci à Agência Efe, que não esquece que o inventor das cápsulas do espresso, Eric Favre, foi um dia ao Sant'Eustacchio e perguntou como eles faziam aquele café perfeito.

"Eu só aperto o botão", respondeu o garçom, o que levou o empresário suíço a decidir levar às casas de família "o café perfeito" feito simplesmente com o apertar de um botão.

Até os dias de hoje milhares de italianos e de turistas vão ao Sant'Eustachio para saborear uma xícara de espresso ou de capuccino.

No entanto, não há dúvidas de que na Itália o espresso faça mais sucesso: 70 milhões de xícaras do café são consumidas diariamente no país, frente a meio milhão do segundo.

O ritual começa com a fila no caixa. O cliente deve pagar pelo produto e retirar um recibo e entrar, em seguida, em um processo quase frenético: espera no balcão em meio a vários outros, faz seu pedido, pega seu café, coloca açúcar, bebe rapidamente e sai.

"Seria bom se não tomassem tão depressa, porque as pessoas viram o café em um gole e não pensam em todo o processo que há por trás", diz Ricci, orgulhoso de seu estabelecimento, que em seus melhores dias serve até 6 mil xícaras, sem intervalo, das sete da manhã até a madrugada.

Já em frente ao Panteão de Agripa, o Tazza d'Oro, conhecido como "la regina dei caffè" (a rainha dos cafés, em italiano), atrai turistas e italianos desde 1946.

Seu responsável, Antonio Buccina, assegura que "há muita lenda em torno do 'espresso'", porque é "simplesmente, o café", sem aditivos.

Buccina é capaz de saber a nacionalidade de um cliente apenas por seu modo de pedir café: "os que pedem um cortado ou um café com gelo são espanhóis, enquanto os franceses preferem cafés grandes e com água quente à parte, para reduzir a intensidade do sabor".

"Depois de comer, o capuccino é pedido quase exclusivamente por estrangeiros, porque os italianos só tomam quando estão com fome ou durante o café da manhã", conclui. EFE mfe/pd

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