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Giorgia Meloni lembra “horror” de deportações de judeus em Roma

Políticos da Itália lembraram o aniversário de 79 anos da batida contra judeus promovida pelas forças nazifascistas no Gueto de Roma, uma das páginas mais tristes da história nacional, em 16 de outubro de 1943.

Ao todo, 1.259 pessoas, incluindo 689 mulheres, 363 homens e 207 crianças, foram obrigadas a abandonar suas casas para ser deportadas para campos de concentração e extermínio. Apenas 16 sobreviveram à guerra, sendo 15 homens e uma mulher, Settimia Spizzichino, morta em 2000.

“Um horror que deve servir de alerta para que certas tragédias não se repitam mais”, afirmou a futura premiê da Itália, Giorgia Meloni, que no passado expressou posições simpáticas a Benito Mussolini, o ditador fascista responsável pelas deportações de judeus no país.

Meloni definiu o episódio de 79 anos atrás como “vil e desumano” e disse que essa memória “serve para construir os anticorpos contra a indiferença ao ódio”. “Uma memória para continuar a combater o antissemitismo em todas as suas formas”, acrescentou.

A futura premiê também telefonou para a presidente da Comunidade Judaica de Roma, Ruth Dureghello, para expressar solidariedade.

A líder de extrema direita vem sendo duramente criticada por adversários por ter bancado a indicação dos extremistas Ignazio La Russa e Lorenzo Fontana como presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, respectivamente.

O primeiro é nostálgico do fascismo e detém uma coleção de bustos de Mussolini, enquanto o segundo se notabilizou por suas posições discriminatórias contra homossexuais e imigrantes.

“A batida no gueto de Roma representa uma das páginas mais escuras de nossa história. É dever de todos, começando pelas instituições, transmitir a memória para que tragédias similares não se repitam mais no futuro”, disse La Russa.

“É dever das instituições manter sempre viva a lembrança para combater qualquer forma de racismo e antissemitismo”, reforçou Fontana.

Dureghello, por sua vez, afirmou que, mesmo passados “tantos anos”, hoje é “ainda mais significativo recordar não apenas a lembrança, mas também a brutalidade e a tragédia daquele ataque realizado pelas tropas nazistas, acompanhadas dos fascistas, que queriam privar aquelas pessoas de dignidade e da vida”.

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