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Imigrantes promoverão dia de protesto na Itália: “Não ao racismo institucional”

O que aconteceria se quatro milhões e meio de imigrantes que vivem na Itália decidissem cruzar os braços por um dia? E se a ação fosse apoiada por milhões de italianos cansados do racismo?

Com esta provocação, nasceu, em novembro de 2009, o movimento Primeiro de Março, que em 2010 reuniu cerca de 300 mil participantes na Itália.

Trabalhadores imigrantes deverão cruzar os braços no próximo dia 1º de março, em Roma, em protesto ao “racismo insitucional”, à lei Bossi-Fini, em favor da concessão da cidadania aos nascidos ou criados na Itália e da participação nas eleições locais.

A mobilização nacional, realizada pela primeira vez em 2010, com a participação de cerca de 300 mil pessoas, se propõem a recordar o valor econômico do trabalho produzido por quase 5 milhões de imigrantes que vivem na Itália e pedir uma série de mudanças na legislação, com o objetivo de promover uma maior consciência cultural e a melhoria das condições sociais.

O lançamento oficial do evento para a imprensa ocorreu em Roma.

O movimento Primeiro de Março é coordenado por Cecil Kashetu Kyenge, nascida no Congo, residente na Itália desde 1983, laureada em medicina na Universidade Católica de Roma, responsável regional do Partito Democrático (PD) para políticas de imigração.

Segundo os organizadores da manifestação, existe uma relação direta entre o racismo, sobretudo o racismo institucional, com a erosão gradual dos direitos dos trabalhadores na Itália como um todo.

A defesa do direito ao trabalho e outros direitos fundamentais – afirma Kashetu Kyenge – é uma batalha que afeta a todos, não apenas por razões éticas ou altruístas. Segundo ela, os estrangeiros são o “terreno sob o qual vêm sendo experimentadas as políticas repressivas que afetarão, amanhã, segmentos sempre mais amplos da população. Situação que pede união e solidariedade recíprocas entre italianos e estrangeiros” – explica. 

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