Notícias

Maior sindicato da Itália convoca greve geral

A maior central sindical da Itália, a Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL, na sigla em italiano), convocou para amanhã uma greve geral em todo o país contra o plano de austeridade do governo de Silvio Berlusconi.

A organização classifica o plano que cortará 45 bilhões de euros (R$ 104,4 bilhões) nos próximos dois anos como "injusto e equivocado" e condenou uma emenda recente ao projeto que modifica as regras para despedir os trabalhadores, ameaçando entrar com um recurso à Corte Constitucional contra a norma.

"Nunca na história da república houve um governo ou ministro de Trabalho que tivesse como objetivo retirar o contrato nacional, o estatuto dos trabalhadores, os direitos dos trabalhadores. É um tema que combateremos por todos os meios", declarou a secretária geral da CGIL, Susanna Camusso.

Os estudantes devem se somar à mobilização contra o corte de gastos público que, segundo eles, "destroem os direitos" e faz com que "os mais fracos" paguem "o custo da crise".

"O nosso slogan será 'Desta vez nós não pagamos'. Há três anos repetimos que em todas as praças que a política deste governo no enfrentamento da crise é errada e levou nosso país ao colapso, fazendo com que nós jovens pagássemos as consequências", manifestaram a Rede de Estudantes e a União dos Universitários da Itália.

As duas entidades convocaram os estudantes para protestarem ao lado dos trabalhadores italianos amanhã na greve geral, prometem para 12 de setembro um flash mob em frente a escolas e uma jornada de mobilização para 7 de outubro, declarando estar prontas para "uma nova estação de luta".

O plano de austeridade prevê cortes de 20 bilhões de euros (R$46,4 bilhões) para 2012 e de 25 bilhões de euros (R$ 58 bilhões) para 2013. O objetivo é sanar o déficit fiscal, que hoje está em 120% do Produto Interno Bruto (PIB) italiano.

Na semana passada, o Executivo italiano aprovou mudanças no plano que incidem sobre a aposentadoria, que passará a ser calculada somente sobre os anos de trabalho efetivo, sem levar em consideração os anos de prestação de serviço militar e de estudos universitários, como era até então.

As medidas foram recomendadas pelos países da União Europeia (UE) e pelo Banco Central Europeu (BCE), que condicionou a compra de títulos da dívida italiana ao cumprimento das normas de austeridade.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios