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Entidade francesa condena decisão do STF de libertar Battisti

A Associação Francesa das Vítimas de Terrorismo (AFVT) condenou a libertação do ex-ativista italiano Cesare Battisti, decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em entrevista à ANSA.

O diretor geral da entidade, Guillaume Denoix de Saint Marc, declarou que "é totalmente inadmissível a libertação de Cesare Battisti. Nenhuma barreira deve proteger os terroristas, nem temporal nem territorial".

"Fazer justiça é o mínimo que se pode fazer para as vítimas do terrorismo. Somos completamente solidários com as vítimas italianas", acrescentou o francês.

A repercussão internacional da decisão do Supremo levou Matthew Newman, porta-voz da comissária europeia para a Justiça, Viviane Reding, a afirmar que a questão sobre a não extradição de Battisti "era e continua [sendo] uma questão bilateral" entre Roma e Brasília.

Ele afirmou que, nos últimos meses, o órgão executivo da União Europeia (UE) já havia evidenciado que não há atualmente um tratado de extradição entre o bloco e o Brasil. "A situação não mudou, assim como a posição da Comissão [de Justiça da UE] continua a mesma", acrescentou.

A imprensa estrangeira deu destaque para a decisão do Supremo, incluindo jornais dos Estados Unidos, da Europa e da América Latina.

Na França, onde o ex-ativista residiu nos anos 1990 e onde chegou a ser preso, o jornal Le Monde publicou que a Justiça brasileira "colocou um ponto final a uma fuga de 30 anos, seguida de uma batalha judiciária e de uma crise diplomática com Roma". O Le Parisien publicou um artigo no qual sublinha a "forte reação" do governo italiano e a divisão de opiniões no STF, além de recordar a biografia do italiano.

Na Espanha, a notícia foi comentada pelo jornal El País e El Mundo, que destacou a "profunda tristeza" com a qual o governo italiano recebeu a notícia e o recurso que apresentará à Corte Internacional de Justiça, em Haia, contra a decisão brasileira.

As publicações alemãs também deram destaque para o caso, como o Suddeutsche Zeitung, que destacou os "problemas" entre Brasília e Roma, e o Die Welt, que escreveu que o Brasil libertou "um assassino condenado".

Por sua vez, o Washington Post publicou que a libertação de Battisti incomodou a Itália. Os jornais norte-americanos Boston Globe e San Francisco Chronicle também deram atenção para a questão da relação diplomática entre os dois países.

Na América Latina, a notícia ocupou as primeiras manchetes de jornais de Equador, Peru e Colômbia.

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