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Cinco anos após terremoto, Itália aposta em fundos da União Europeia para acelerar reconstrução

Às 3h36 da madrugada de 24 de agosto de 2016, um terremoto de magnitude 6.0 na escala Richter desencadeou uma das mais intensas e duradouras sequências sísmicas deste século na Itália e levou ao chão vilarejos inteiros no centro do país.

Ao todo, foram 299 mortos no abalo sísmico de cinco anos atrás, sendo 238 na cidadezinha histórica de Amatrice, famosa por ser berço do molho à amatriciana e que estava repleta de turistas no fim das férias de verão na Europa.

Além disso, o terremoto deu início a uma sequência sísmica que deixaria mais de 330 vítimas até de janeiro de 2017, quando uma avalanche soterrou um hotel nas montanhas da Itália Central.

Os canteiros de obras e guindastes hoje fazem parte da paisagem de Amatrice, mas basta percorrer suas ruas para perceber que as feridas continuam abertas.

Se os escombros já foram removidos, alguns distritos agora desabitados continuam exibindo a destruição provocada pelo terremoto, especialmente no centro histórico do vilarejo.

“Venham trabalhar na reconstrução do centro da Itália, atingido pelos eventos sísmicos de 2016 e 2017”, pediu o comissário do governo italiano para a reconstrução, Giovanni Legnigni.

O apelo é voltado sobretudo a profissionais e empresas da construção civil, a quem o comissário pediu ajuda para evitar que o ritmo das obras desacelere.

“Podem confiar nos procedimentos, nos financiamentos disponíveis e na governança estruturada. Devemos manter o ritmo que a construção ganhou nos últimos meses. Se conseguirmos, veremos resultados importantes em poucos anos”, ressaltou.

Segundo o governo, já foram financiadas 10,5 mil obras na zona do terremoto, sendo que metade está em andamento. Além disso, 12 mil habitações foram entregues às famílias desalojadas, mas outros 13 mil imóveis aguardam recuperação.

“Nos primeiros seis meses do ano, autorizamos a abertura de 3,2 mil canteiros, mas agora temos o desafio mais difícil: [reconstruir] os centros históricos, onde estamos dando os primeiros passos”, explicou Legnigni.

A expectativa das autoridades é acelerar a reconstrução com o dinheiro do fundo de recuperação da União Europeia para o pós-pandemia. Dos mais de 190 bilhões de euros a que a Itália tem direito, quase 1,8 bilhão será destinado às áreas atingidas pelos terremotos de 2009, em L’Aquila, e de 2016-2017.

“Esses territórios têm uma oportunidade histórica de renascer”, afirmou o comissário.

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