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Estudante de universidade italiana é libertado no Egito

Preso no Egito há quase dois anos, o ativista e pesquisador egípcio Patrick Zaki, estudante da Universidade de Bolonha, foi libertado.

O acadêmico de 30 anos deixou a cadeia um dia depois da audiência em Mansura que determinou sua soltura. Zaki, no entanto, continua respondendo a processo por “difusão de notícias falsas”.

Após sair da delegacia, o estudante abraçou sua mãe, que o aguardava do lado de fora. “Esperávamos ver esse abraço há 22 meses”, disse à agência Ansa o porta-voz da ONG Anistia Internacional na Itália, Riccardo Noury.

“Agora que vimos esse abraço, esperamos que essa liberdade seja permanente, e não provisória”, acrescentou.

Zaki havia sido preso em 8 de fevereiro de 2020, após voltar ao Egito para um período de férias, sob a acusação de “propaganda subversiva” por meio de postagens no Facebook.

No entanto, ele acabou denunciado mais tarde por “difusão de notícias falsas” devido a três artigos, sendo que um deles, de 2019, falava sobre cristãos coptas perseguidos pelo Estado Islâmico (EI) e discriminados por parcelas da sociedade muçulmana no Egito.

Além de estudante da Universidade de Bolonha, uma das mais prestigiosas da Itália, ele é pesquisador da Egyptian Initiative for Personal Rights (EIPR), organização egípcia de defesa dos direitos humanos.

O processo contra Zaki é acompanhado de perto por diplomatas italianos, e o Parlamento do país europeu já aprovou uma moção para o governo conferir cidadania ao estudante, medida até agora ignorada pelo gabinete do premiê Mario Draghi.

A próxima audiência do julgamento do egípcio foi marcada para 1º de fevereiro. O caso Zaki também ganhou notoriedade na Itália por remeter à morte de Giulio Regeni, pesquisador italiano sequestrado, torturado e assassinado no Cairo em janeiro de 2016.

Regeni frequentava sindicatos clandestinos e contrários ao regime do presidente autocrata Abdel Fattah al-Sisi, o que levantou a hipótese de crime político.

Em janeiro passado, o Ministério Público de Roma denunciou quatro agentes dos serviços secretos do Egito pela morte do pesquisador, mas o julgamento foi suspenso logo em seu início porque os réus não foram notificados, uma vez que a Justiça do país africano não quis fornecer seus endereços.

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