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Famoso caso de eutanásia de Eluana Englaro inspira filme do cineastra italiano Marco Bellocchio

O cineasta italiano Marco Bellocchio antecipou que seu próximo filme tratará sobre o drama de Eluana Englaro, a italiana que ficou 17 anos em estado vegetativo e faleceu após ter os equipamentos que a mantinham viva desligados.

O longa-metragem será intitulado "Bella addormentata" (Bela adormecida, em tradução livre do italiano) e falará dos últimos dias de vida da mulher na clínica La quiete de Udine, onde teve seus suprimentos suspendidos em 2009. 

Esse drama dividiu a Itália e inclusive os partidos, recordou, "contrapondo a Itália laica e a católica que recusava esta conclusão", a eutanásia.

"O filme não é a história de Eluana e Beppino Englaro [o pai], mas a história de alguns personagens inventados que tiveram algumas conexões ideais e sentimentais com o que acontecia naquela clínica e um pouco em todo o país", especificou o cineasta, que receberá no próximo dia 9 o Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra no 68º Festival de Veneza. 

Nos seis dias entre a decisão da eutanásia pelos familiares da italiana e a suspensão dos suprimentos, de 3 a 9 de fevereiro de 2009, "a televisão se ocupou completamente deste drama, enquanto o governo se apressava para fazer uma lei que bloqueasse a sentença que interromperia a hidratação e a alimentação de Eluana".

Na época, o próprio primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, interveio pessoalmente para tentar impedir a morte da mulher. 

O papa Bento XVI, por sua vez, condenou a eutanásia, considerando-a "uma falsa solução para o sofrimento" e "um ato indigno do homem".

A questão midiática, disse Bellocchio, será pano de fundo para algumas histórias da trama. 

"Por sorte encontrei uma produtora [Cattleya] que, em um tempo em que triunfam as comédias, e sendo este claramente um drama, me encorajou a continuar. Esperamos poder realizá-lo", concluiu. 

Eluana Englado sofreu um acidente de carro em 1992 e a partir disso passou a viver em estado vegetativo. A pedido do pai, em fevereiro de 2009 a Justiça italiana concedeu autorização para o desligamento dos aparelhos que a mantinham viva. CAMPANHA CONTRA A EUTANÁSIA: Irene Grandi, Gianni Morandi, Marcelo Silva Santos, Carmen Consoli, Lidia Costa, Beatrice Ludovico, Padre Jonas dos Santos Lisboa, Padre Juarez de Castro, Fabio Botto Farhan, Eduardo Cardoso e Wanda Santos.

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