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Presidente italiano Giorgio Napolitano pede para Dilma Rousseff extraditar Cesare Battisti

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, enviou uma carta a Dilma Rousseff para pedir que o Brasil conceda a extradição do ex-militante Cesare Battisti. O conteúdo do texto foi antecipado nesta sexta-feira pela imprensa local.

"Talvez não foi plenamente compreendida a necessidade de justiça do meu país e dos familiares das vítimas dos brutais e injustificáveis ataques armados, assim como dos feridos e sobreviventes", escreveu o chefe de Estado, de acordo com o jornal La Repubblica. 

Napolitano afirmou que o veto à extradição de Battisti "é motivo de decepção e amargura para a Itália", onde ele é condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando integrava o grupo armado de extrema-esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). 

"Trata-se de uma necessidade de justiça ligada ao empenho das instituições democráticas do meu país e da coletividade nacional, que foram capazes de reagir à ameaça e aos ataques do terrorismo, conseguindo derrotá-lo segundo as regras do Estado de Direito", disse Napolitano. 

Para o presidente da Itália, "não são aceitáveis remoções, negociações ou leituras românticas dos derramamentos de sangue daqueles anos, e as responsabilidades não podem ser esquecidas".

Preso no Brasil desde 2007, o ex-militante italiano recebeu refúgio político dois anos depois do ex-ministro da Justiça Tarso Genro. Em 2009, o caso Battisti foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a extradição, mas determinou que a decisão final caberia ao presidente.

No último dia de seu mandato, em 31 de dezembro passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter o italiano no Brasil, acatando parecer da Advocacia-Geral da União (AGU). 

A Itália, no entanto, não desistiu de conseguir a extradição de Battisti. Ontem (20), os representantes italianos no Parlamento Europeu apresentaram uma resolução que pede para o governo brasileiro rever sua decisão. O texto foi aprovado por 86 votos a favor, um contra e duas abstenções.

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