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Encontro em SP debate investimentos na Itália

O embaixador italiano no Brasil, Gherardo La Francesca, afirmou que "há espaço" para as empresas brasileiras expandirem seus investimentos em solo italiano.

"Se os investimentos italianos estão crescendo dessa maneira inacreditável [no Brasil], também há espaço para um fenômeno contrário", disse o diplomata, em um evento intitulado "Invista na Itália: vantagens e oportunidades na região central do Mediterrâneo", realizado em São Paulo.

Segundo dados da consultora Deloitte, de janeiro a outubro de 2011, a Itália investiu US$ 319 milhões no Brasil (cerca de R$ 576,1 milhões), enquanto o país investiu apenas US$ 19 milhões (cerca de R$ 34,3 milhões).

Ele destacou que Brasil e Itália têm boas relações culturais, o que, segundo La Francesca, pode facilitar o fechamento de acordos e investimentos.

"São relações entre Estado, mas também entre regiões, empresas, partidos políticos, missões religiosas e uma rede que cresceu durante décadas", comentou o embaixador italiano, citando declarações do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência.

La Francesca lembrou ainda que a presidente Dilma Rousseff falou da importância da cooperação e da admiração recíproca entre Brasília e Roma ao enviar uma mensagem por ocasião do Ano da Itália no Brasil, também chamado de Momento Itália-Brasil (MIB).

"Não há rivalidade [entre os dois países]", disse o embaixador italiano, ressaltando que, "para enfrentar a globalização, ninguém pode andar sozinho".

Já o presidente no Brasil da consultora Deloitte, Juarez Lopes de Araújo, afirmou que o país vive "um momento sem precedente", ainda mais com a proximidade da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, o que propicia o aumento de investimentos no exterior.

"O Brasil pode ser um maior investidor internacional e um maior investidor na Itália", defendeu Araújo.

As principais oportunidades estão no setor agrícola, de mão-de-obra qualificada, moda, design e energia, que são áreas em que Brasil e Itália se complementam.

Para o sócio líder de Financial Advisory Services SpA da Deloitte, "o Brasil tem as coisas que servem para a Itália, e a Itália tem as que servem para o Brasil".

O diretor titular do departamento de relações internacionais e comércio exterior da FIESP, Roberto Giannetti da Fonseca, destacou, por sua vez, que "a oportunidade de investir na Europa é agora".

Ressaltando que "a Europa está em crise, sem emprego", Fonseca observou que esse é o momento dos brasileiros buscarem "oportunidades" e se "aproximarem das empresas italianas".

Ele comentou que o Brasil já possui investimentos na América Latina, em países como Argentina, Peru, Chile, e também nos Estados Unidos e no Canadá, mas os investimentos na Europa são baixos.

"Olhamos para a Itália como olhamos para um irmão mais velho, com fraternidade", disse o diretor.

"Que nós não percamos a oportunidade de apoiar a Itália nesse momento de crise", acrescentou.

A Itália atualmente possui uma dívida de 120% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, o que fez com que o governo aprovasse uma série de reformas econômicas. A situação levou o então primeiro-ministro Silvio Berlusconi a apresentar sua renúncia.

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