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Trabalho de brasileiro sobre `hipertensão resistente` é premiado em Milão

Um novo prêmio deu ao doutorando da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Juan Carlos Yugar Toledo, cardiologista especialista em ecocardiografia, a chance de mostrar à comunidade científica o seu trabalho de doutorado sobre hipertensão resistente, que lhe tomou anos de pesquisa.

 

A investigação foi apresentada há 15 dias em Milão, Itália, no Congresso da Sociedade Européia de Hipertensão.

 

O reconhecimento veio com o prêmio de melhor trabalho científico do evento, cabendo-lhe também uma importância em dinheiro, sem falar na apreciação por especialistas. O trabalho, orientado pelo professor Heitor Moreno Júnior, da Disciplina de Medicina Interna, estudou a detecção precoce de lesões cardiovasculares em pacientes com hipertensão resistente, linha de pesquisa e atividade assistencial do Ambulatório de Farmacologia Cardiovascular do Hospital de Clínicas (HC), desenvolvidas em colaboração com a Disciplina de Cardiologia e Medicina Interna.

 

O acentuado crescimento da obesidade nas últimas décadas, mesmo entre crianças e adolescentes, fez surgir uma nova categoria de pessoas hipertensas: aquelas em que, mesmo na vigência de três classes de hipertensivos diferentes ou mais, não conseguem obter níveis pressóricos adequados. São justamente estes pacientes de alto risco o alvo de estudos desenvolvidos no âmbito do Laboratório de Farmacologia Cardiovascular da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e do Ambulatório de Hipertensão Resistente do Hospital de Clínicas (HC).

 

Outros dois trabalhos de Juan e colaboradores mereceram, em 2004, prêmio no XXV Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), realizado em Campos do Jordão. Dentre 300 trabalhos apresentados, a Universidade recebeu o prêmio de melhor trabalho científico, com a pesquisa "A inibição da fosfodiesterase 5 aumenta a biodisponibilidade de GMP-cíclico na miocardiopatia hipertensiva induzida por L-NAME em ratos Wistar" e destaque em hipertensão arterial com a pesquisa "Hipertensão Arterial grau I com atividade plasmática de renina baixa associa-se a disfunção vascular dependente e não dependente de óxido nítrico em humanos". 

 

Esses dois trabalhos destacaram a evolução do conhecimento sobre o diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial, doença que atinge 27% da população adulta no país. Fruto ainda da tese de doutorado de Juan, já defendida, resultaram cinco publicações em periódicos internacionais e, como co-autor, outros três trabalhos nacionais e mesmo dois capítulos de livros.

 

Para o orientador de todas estas pesquisas premiadas, um fato importante foi que todos os autores eram brasileiros. Além disso, revelou o seu valor científico, já que o trabalho mostrou que é preciso começar a intervir precocemente nestes pacientes, por eles terem um risco cardíaco mais elevado que os hipertensos da população de modo geral.

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