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Procurador da República de Catânia, na Itália, reabre inquérito sobre desaparecimento de brasileira

O procurador da República em Catânia, na Itália, Giovanni Salvi, determinou a reabertura do inquérito sobre as causas do desaparecimento da santista Laís Santiago dos Santos, de 21 anos. Ela trabalhava como assistente de garçonete no navio Costa Magica quando caiu da embarcação no mar, na noite de 1º de junho.

O advogado Vicente Cascione, que representa a família de Laís, afirma ter recebido a informação na última semana. Para contribuir nas investigações, ele enviará para Catânia pertences de Laís que haviam sido devolvidos à família – um notebook, um iPad, uma filmadora, um diário e um e-book (livro eletrônico) com fotos.

Os objetos tinham sido restituídos pela Costa Crociere, responsável pelo navio, e podem conter informações que levem às causas do desaparecimento.

A jovem fazia sua segunda viagem internacional e namorava um tripulante indiano, com quem teria brigado pouco antes de ser vista pela última vez.

“Em tese”, diz o advogado, a Procuradoria de Catânia levará pelo menos 30 dias para marcar uma audiência sobre o assunto, depois de analisar o conteúdo dos pertences de Laís.

Cascione demonstra satisfação com a reabertura do caso, obtido após contato com autoridades italianas (entre elas, o
procurador Salvi).

O arquivamento havia sido solicitado por um procurador da Catânia, situada na região da Sicília, onde a ausência de Laís Santiago havia sido comunicada às autoridades locais.

“Esse procurador não tinha determinado uma diligência de investigação. Deixou o processo na gaveta um mês e meio e pediu arquivamento. Pela forma precaríssima como os pertences foram devolvidos, significa que nem sequer isso foi apreendido pelas autoridades italianas”, acusa.

Para Vicente Cascione, “não há como descartar a hipótese (de que Laís tenha sido jogada ao oceano, em vez de que tivesse tentado suicídio) sem investigações. O namorado dormia com ela em uma cabine. Ninguém vai ficar namorando como namorava para brigar por uma admoestação (desentendimento) no serviço”.

Esse foi o argumento do namorado de Laís Santiago – um indiano nascido no Estado de Goa, região já dominada por Portugal – ao abordar o sumiço dela. “Falou (ainda) que ela estava triste pelo pai falecido, e ele é vivo até hoje”, salienta.

Outra razão para desconfiança, prossegue o advogado, é o fato de que não se viram imagens de outras possíveis câmeras de vigilância no navio. A única era na parte externa. “Não há rastreamento da passagem dela pela embarcação momentos antes, para afirmar se ela se jogou ou foi jogada”.

Encerrado o inquérito e independentemente de seu resultado, Cascione pretende processar a Costa Cruzeiros por danos morais. “Isso não depende da razão da morte, mas em que condição (a empresa) deixou a família. Mas (a ação judicial contra a empresa) não é prioridade”.

Em nota, a assessoria de imprensa da Costa informou que, “por enquanto”, a empresa não se pronunciará.

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