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Itália candidata “caça às trufas” a Patrimônio da Unesco

O comitê de especialistas da Unesco deu parecer positivo para a candidatura da “caça e extração de trufas” na Itália como Patrimônio da Humanidade.

O resultado da avaliação do grupo, que se reuniu em Paris, foi publicado no site oficial da Organização das Nações Unidas e diz respeito ao processo de candidatura apresentado formalmente pela Itália em março de 2020. A decisão final é esperada de 13 a 18 de dezembro.

Entre os especialistas mundiais encarregados de examinar as propostas estava o italiano Pier Luigi Petrillo, que é vice-presidente e já foi redator de dossiês de candidaturas para a Itália, como a de Langhe-Roero e o cultivo de vinhas em Pantelleria.

A decisão foi tomada porque a proposta de candidatura “A caça e extração de trufas em Itália: saberes e práticas tradicionais”, de fato, ressalta um entrelaçamento de diferentes fatores históricos, antropológicos e gastronômicos juntos, demonstrando um valor cultural daquilo que é considerado muito mais do que um produto da terra.

Na Itália, a coleta de trufas é uma prática complexa, com uma legislação específica editada para evitar que a ‘extração’ seja realizada de forma a causar danos aos terrenos das trufas.

A lei de 16 de dezembro de 1985, n. 752, intitulada “Legislação sobre a colheita, cultivo e comercialização de trufas frescas destinadas ao consumo”, regula o setor e foi lançada após o aumento da recolha de trufas efetuada com práticas contra o ambiente.

A prática exige experiência e perseverança e, normalmente, o caçador de trufas usa um cachorro para encontrar o alimento precioso dentro do terreno de trufas, cujo olfato é essencial para identificá-los.

“Esta atividade representa na Itália um patrimônio cultural e imaterial de saberes e práticas transmitidos oralmente durante séculos e que caracterizam a vida rural de grupos inteiros de titulares e praticantes, chamados de “caçadores de trufas” nos vários territórios de trufas”, diz o texto.

De acordo com a candidatura, “a prática reúne um vasto conhecimento do meio natural e do ecossistema e enfatiza ainda a relação entre homem e animal, reunindo as habilidades do caçador de trufas e do seu cão”. “É uma tradição secular, transmitida por meio de histórias, anedotas, práticas e provérbios que falam de um saber que une o rural vida, proteção do território e alta cozinha”.

Na Itália, existem cerca de 10 espécies principais do cogumelo subterrâneo. Entre os mais famoso está o Bianco d’Alba, que é colhido apenas no final do verão, outono e início do inverno, além do Nero Pregiato, o diamante negro dos Apeninos, e os Bianchetti ou Marzuoli.

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