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Berlusconi pede a Bini Smaghi que se demita do conselho do Banco Europeu, para o “bem de Itália”

O primeiro-ministro italiano afirmou que pediu a Lorenzo Bini Smaghi, membro do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE), para que se demita e dê lugar a um francês, tal como Paris exige, para o bem de Itália.

Espero que o senhor Bini Smaghi compreenda a situação e que perceba que, quando o governo lhe pede que se demita de um cargo que ocupa por vontade do governo, ele deve cumprir o seu dever e fazê-lo, para o bem do país”, disse Silvio Berlusconi em declarações aos jornalistas, em Bruxelas.

Berlusconi afirmou ainda que espera discutir o assunto com o presidente francês Nicolas Sarkozy.

A polémica sobre a recusa de Bini Smaghi abandonar o cargo no BCE estalou devido à substituição do francês Jean-Claude Trichet pelo italiano Mario Draghi à frente dos destinos do banco central, que a instituição já decidiu e que deverá formalizar-se em Novembro.

Paris apoiou a entrada de Draghi, actual governador do Banco Central Italiano mas exigiu a saída de Bini Smaghi para dar lugar a um francês. Smaghi, segundo a imprensa italiana exigiu para sair o lugar vago à frente da instituição italiana mas que Berlusconi acabou por oferecer a Ignazio Visco.

Como o BCE tem um estatuto de independência total, até ao final do mandato, em 2013, Bini Smaghi só poderá abandonar o lugar por sua livre vontade.

O caso vem ainda dificultar mais a posição de Itália nos mercados, que duvidam cada vez mais que Roma consiga escapar ao contágio da crise da dívida soberana na zona euro, em especial caso a Grécia acabe por realizar uma grande reestruturação na dívida.

A chanceler alemã Angela Merkel exigiu, explicações a Berlusconi sobre o programa orçamental italiano, à margem de um encontro dos líderes conservadores europeus.

“Penso ter convencido a chanceler”, disse o chefe do Governo italiano. 

Os líderes europeus têm vindo a manifestar cada vez mais desconfianças sobre a capacidade de Roma controlar a despesa pública e fazer reformas estruturais, receando que Itália provoque na zona euro uma crise maior que a Grécia, Irlanda ou Portugal.

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