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Cerimônias marcam Dia da Memória do Holocausto na Europa

Autoridades europeias lembraram os terrores dos crimes nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e fizeram homenagens pelo Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, data instituída pela Organização das Nações Unidas em 2005.

Na Itália, o presidente Sergio Mattarella fez um discurso forte contra os horrores do período durante uma cerimônia na Quirinale.

"Auschwitz, com seu arame farpado, as câmaras de gás, quartéis, crematórios, não nos abandona. Ao contrário, nos desafia constantemente, nos força a cada hora voltar à beira do abismo e olhar para ela, com os olhos e a mente cheias de dor e revolta moral", lembrou o mandatário.

O líder italiano ainda destacou que "Auschwitz nos lembra dos horrores que o homem é capaz" e que não podem ser subestimadas as "teorias aberrantes, o ódio e o fanatismo que derramam tanto sangue inocente em várias partes do mundo. Mattarella ainda ressaltou que é preciso "lembrar, também neste mesmo dia, a vergonha das leis raciais, desejadas pelo fascismo na Itália em 1938".

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, lembrou o dia com um tuíte em sua conta pessoal. "Lembro das viagens à Auschwitz com Nedo [Fiano, sobrevivente do holocausto] e com os estudantes.

Nunca mais!", postou.

Em uma cerimônia realizada no Museu de Auschwitz-Birkenau, o presidente da Polônia, Andrzej Duda, afirmou que o local "não é apenas um imenso túmulo, mas também uma grande advertência para o mundo, sempre atual, sobre uma coisa que pode acontecer quando o ódio domina a vida social e o direito internacional é violado".

Além do mandatário polonês, estavam presentes cerca de 80 sobreviventes do campo de concentração, além da presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic, e os embaixadores de Israel e da Rússia.

A chanceler alemã Angela Merkel não participou de nenhum evento público sobre o tema hoje, mas foi uma das presenças mais importantes da inauguração da exposição "Arte do Holocausto" nesta terça-feira (26) em Berlim.

"Estas obras de arte são um aviso. Cada quadro à sua maneira lembra-nos o que se passou, nos faz pensar nas vítimas e nos leva a fazer esforços para que isso nunca mais aconteça", disse Merkel no evento. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban ki-moon, publicou uma mensagem sobre a data no site da entidade e classificou a ação como "crime gigantesco".

"Da sombra do holocausto e das crueldades da Segunda Guerra Mundial, nasceu a Organização das Nações Unidas para reafirmar a luta pela dignidade e o valor de cada pessoa, e para defender os direitos de todos a viver em igualdade e livres de discriminação", escreveu o líder da entidade.

Segundo Ban Ki-moon, "a memória do holocausto é uma poderosa lembrança do que pode acontecer quando deixamos de valorizar a nossa Humanidade comum".

No Brasil, uma cerimônia será realizada pela Confederação Israelista do Brasil ainda hoje em Brasília. Além da presença de sobreviventes do holocausto, vítimas de intolerância religiosa, como a menina carioca Kaylanne – atingida por um pedra quando saía de um culto de candomblé – foram convidadas para debater o fim da intolerância e a promoção dos direitos humanos.

O dia 27 de janeiro foi escolhido como Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto por ser a data que, em 1945, o Exército soviético entrou no campo de concentração de Auschwitz.

Daquele dia em diante, o mundo conheceu o horror que os judeus e outras etnias, – como ciganos, por exemplo – sofreram nas mãos dos nazista.

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