Notícias

Parceiro da Rádio Italiana traz a São Paulo “Il Romanticismo nell’Opera Italiana”

O Istituto Italiano di Cultura, parceiro da Rádio Italiana, fará logo mais às 17h00, no Teatro São Pedro, a segunda apresentação do Recital Lírico "Il romanticismo nell'Opera Italiana" com as apresentações dos artistas Artemisa Repa, soprano, Giuseppe Varano, tenor, e Enrico Marrucci, barítono.

 

Para o diretor do IIC "este é sem dúvida um dos principais concertos trazidos este ano a São Paulo, e por isso tudo está sendo feito de acordo com sua importância".

 

Vejam as informações detalhadas do evento

 

Recital Lírico

 

Il romanticismo nell'Opera italiana

(O romantismo na ópera italiana)

 

Artistas:

 

Cantores

Artemisa REPA, soprano (Itália)

Giuseppe VARANO, tenor (Itália)

Enrico MARRUCCI, barítono (Itália)

 

Pianista Dana Radu

Direção artística Sergio Casoy

 

Local:

Theatro São Pedro

Rua Barra Funda, 171

 

Data: Domingo, 18 de outubro, às 17hs

 

Programa: 

 

PARTE I

 

Vicenzo Bellini: I PURITANI (1835)

 

Atto I: Or dove fuggo io mai…Ah per sempre io ti perdei – Recitativo ed aria (Riccardo)

ENRICO MARRUCCI

 

Atto II: Qui la voce sua soave…Vien diletto è in ciel la luna – Aria e cabaletta (Elvira)

ARTEMISA REPA 

 

Gaetano Donizetti: LA FAVORITA (1840)

 

Atto IV: Spirto Gentil – Aria (Fernando)

GIUSEPPE VARANO 

 

Gaetano Donizetti: LUCIA DI LAMMERMOOR  (1835)

 

Atto I: Cruda funesta smania…La pietade in suo favore – Aria e cabaletta (Enrico)

ENRICO MARRUCCI

 

Atto I: Regnava nel silenzio…Quando rapito in estasi – Aria e cabaletta (Lucia)

ARTEMISA REPA

 

Atto I: Lucia perdona…Verranno a te sull'aure – Duetto (Lucia-Edgardo)

ARTEMISA REPA e GIUSEPPE VARANO 

 

PARTE II 

 

Gaetano Donizetti: L’ELISIR D’AMORE (1832)

 

Atto I: Come Paride vezzoso – Cavatina (Belcore)

ENRICO MARRUCCI

 

Atto II: Venti Scudi? – Duetto (Nemorino-Belcore)

GIUSEPPE VARANO e ENRICO MARRUCCI

 

Atto II: Una furtiva lagrima – Romanza (Nemorino)

GIUSEPPE VARANO

 

Giuseppe Verdi: RIGOLETTO (1851)

 

Atto I: Pari siamo – Monologo (Rigoletto)

ENRICO MARRUCCI

 

Atto I: Gualtier Maldè…Caro Nome – Recitativo ed aria (Gilda)

ARTEMISA REPA

 

Atto II: Ella mi fu rapita…Parmi vedere le lagrime – Recitativo ed aria (Duca di Mantova)

GIUSEPPE VARANO 

 

Vicenzo Bellini: LA SONNAMBULA (1831)

 

Atto II: Ah non credea mirarti…Ah non giunge uman pensiero – Aria e cabaletta (Amina)

ARTEMISA REPA

 

Saiba um pouco mais dos artistas

 

Artemisa Repa, soprano

Nascida na Albânia, diplomou-se em 2003 na Academia de Artes de Tirana, especializando-se depois no Conservatório “Santa Cecilia” de Roma, onde se classificou em primeiro lugar entre mais de cem cantores de diversas nacionalidades.

 

Vencedora de numerosos concursos internacionais, entre os quais: Concurso Internacional “G. Rossini” de Bad Wildbad (Alemanha, 2003), Concurso Lírico “Enrico Caruso” de Milão (2004), Concurso Internacional “Martinelli-Pertile” de Montagnana (Itália, 2004),  Concurso Internacional “Zandonai” de Riva del Garda (Itália, 2004), Concurso Internacional “Marja Kraja” de Tirana (Albânia, 2004).

 

Aperfeiçoou-se com Mirella Freni, Raina Kabaivanska, Kátia Ricciarelli, Mietta Sighele, Giovanna Canetti, Renato Scotto.

Ultimamente estudou em Roma com Marinella Meli e com os pianistas S. Giannini e E. Ruggero.

 

Participou como solista de numerosos concertos na Itália e no exterior, em teatros renomados, como o Teatro Dal Verme em Milão, a Sala Santa Cecília do Auditorium Parco della Musica em Roma e, em Istambul, o Teatro de Ópera (AKM) e a Igreja de Santa Irene.

 

Interpretou papéis de protagonista em diversas óperas, entre eles Serpina (La serva padrona, 2001), Carolina (Il matrimonio segreto, 2001), Lucy (Il telefono, 2003), Giulia (La scala di seta, 2003) e Giulietta (I Capuleti e i Montecchi, 2008).

 

Giuseppe Varano, tenor

Formou-se em 2002 no Conservatório "A. Corelli" de Messina sob orientação do Maestro Antonio Bevacqua. Em seguida, foi aluno de um curso de especialização vocal, Voci Verdiane, oferecido pela Fundação Arturo Toscanini de Parma e aperfeiçoou sua formação artística com Paolo Barbacini e Natale De Carolis.

 

Giuseppe Varano debutou em julho de 2003 em La Traviata na cidade de Busseto sob direção de Franco Zeffirelli. Em seguida interpretou, entre outras, Madama Butterfly, Didone Abbandonata de Baldassarre Galuppi, Lucia di Lammermoor, La Bohème, Il Trovatore, La Traviata, Messa di Requiem de Verdi, que apresentou com sucesso tanto na Itália quanto no exterior.

 

De grande relevo, também, a recente e feliz estréia em Palma de Mallorca na ópera Faust.

 

Em setembro de 2009 cantará no Macbeth na China com os conjuntos do Festival de Savonlinna onde, em julho de 2010, interpretará Pinkerton na Madama Butterfly. Na temporada 2009/10 fará sua estréia em Lípsia novamente na La Bohème. 

 

Enrico Marrucci barítono

Nascido nos Estados Unidos em 1968, forma-se inicialmente em Engenharia Química e, em seguida, dedica-se ao estudo do canto lírico em Nápoles, prosseguindo em Roma e em Viena.

 

Vencedor de inúmeros concursos entre os quais  o Concorso per Giovani Cantanti Lirici de Spoleto (1996) e o Concurso Internacional de Budapest (1997).

 

Em atividade desde 1995, ao longo de sua carreira gravou numerosos discos e trabalhou com os principais regentes, sendo reconhecido como barítono de repertório poliédrico.

 

Entre seus papéis, interpretados nos maiores teatros italianos e no exterior: Papageno (Die Zauberflöte), Ford (Falstaff), Malatesta (Don Pasquale), Valentin (Faust), Germont (Traviata), Mefistofele (La Damnation de Faust),  Rambaldo  (La Rondine), Marcello (Bohème), Albert (Werther), Falke (Die Fledermaus), i Quattro Villani (Les Contes d’Hoffmann), Conte di Luna (Trovatore), Silvio (Pagliacci), Sir Riccardo (Puritani), Belcore (Elisir d’amore), Sharpless (Madama Butterfly), Guglielmo (Così fan tutte), Melitone (La Forza del Destino), Masetto (Don Giovanni), Ezio (Attila), Escamillo (Carmen), Ping (Turandot), Scarpia (Tosca), Schaunard (Bohème), Harlekin (Ariadne auf Naxos).

 

Dana Radu, piano

A romena Dana Radu formou-se como solista na Universidade de Música de Bucareste. Gravou diversos programas para a Rádio e TV de Bucareste e participou de diversos festivais. Trabalhou como pianista preparadora no VII e VIII Festival Amazonas de Ópera. Como solista, atuou na Orquestra Sinfônica de Ploiesti (Romênia) e na Orquestra Filarmônica de São Bernardo de Campo. Atualmente radicada no Brasil, é pianista da Fundação Osesp.

 

NOTAS

 

I PURITANI é a décima e última ópera escrita por Bellini em seus 34 anos de vida. Ambientada na Escócia de 1649, sua estréia no Théâtre Italien de Paris foi a grande sensação da temporada lírica de 1835, graças à grande beleza da linha melódica e a típica melancolia da cantilena belliniana, da qual a passagem formada pelo recitativo Or dove fuggo io mai  e pela ária Ah per sempre io ti perdei, na qual Riccardo, o barítono, se lamenta por ter perdido o amor de Elvira, é um belo exemplo. No segundo ato, a cena de loucura de Elvira, lembrando com imensa tristeza seu amado Arturo que a abandonou no altar na ária Qui la voce sua soave para logo em seguida mergulhar no contraste da brilhante cabaleta Vien diletto è in ciel la luna, onde ela evoca um idílio sob a luz do luar, foi uma das passagens que mais arrancou lágrimas e aplausos do público nas apresentações iniciais.

 

LA FAVORITA, composta para o Opera de Paris em 1840 quando Donizetti já residia na capital francesa por dois anos, é ambientada em 1340 no reino de Castela. Embora a maior parte de sua música seja um aproveitamento da ópera L’Ange de Nisida, que Donizetti jamais terminou, seu trecho mais famoso, a ária de tenor Spirto Gentil, foi composta originalmente para outra ópera do autor, Il Duca d’Alba. Nessa ária, o cavaleiro Fernando, antes de tomar os votos religiosos, evoca Leonora, a mulher por quem se apaixonou e que agora descobriu ser a amante favorita do rei.

 

LUCIA DI LAMMERMOOR, baseada na novela The Bride of Lammermoor de Sir Walter Scott, é a mais bem-sucedida das inúmeras tentativas da ópera italiana de recontar, em várias roupagens, a história de Romeu e Julieta. Lucia Ashton e Edgardo di Ravenswood se amam, mas sua felicidade é proibida porque suas famílias se odeiam. Isto fica muito claro na cena constituída pelas passagens Cruda funesta smania e La pietade in suo favore, onde Enrico, o irmão de Lucia, fica furioso ao saber do romance da irmã e promete apagar a chama deste amor com sangue. Em sua ária Regnava nel silenzio, Lucia conta à sua confidente ter visto, próximo à fonte do jardim, o fantasma de uma jovem assassinada por ciúmes por um antepassado de Edgardo, enquanto a água da fonte se tingia de sangue. Mas os maus presságios se dissipam na cabaleta Quando rapito in estasi ,onde ela descreve seu amor. Com a chegada de Edgardo, acontece o dueto Verranno a te sull’aure, durante o qual ambos juram amor e se proclamam esposos perante os céus.

 

L’ELISIR D’AMORE, composta por Donizetti em apenas quatorze dias, é uma deliciosa comédia sentimental na qual a mão da rica fazendeira Adina é disputada pelo pomposo sargento Belcore e pelo camponês Nemorino, um pobretão que gasta sua última moeda para comprar um preparado que acredita ter a virtude de fazer com que Adina se apaixone por ele. A entrada em cena do Sargento Belcore, cheio de si como um pavão – afinal, nenhuma mulher resiste à sua farda –, cantando a cavatina Come Paride vezzoso é um dos momentos mais hilariantes da ópera, tão engraçado quanto o dueto Venti Scudi, que acontece quando Nemorino, precisando de dinheiro para comprar mais elixir, alista-se no exército e recebe vinte escudos das mãos do próprio rival. Pertence a Nemorino o trecho mais famoso da ópera, a romança Una furtiva lagrima, onde o jovem diz a si mesmo que, apesar da indiferença demonstrada por Adina, tem certeza de que ela o ama, pois viu uma lagrima escondida escorrer pelo rosto dela.

 

RIGOLETTO, a primeira das óperas da trilogia romântica de Verdi, causou uma grande comoção quando de sua estréia em Veneza em 1851, ao colocar como protagonista no palco um personagem física e moralmente deformado. O corcunda Rigoletto é o bobo da corte do Duque de Mântua, a quem odeia. A única criatura que Rigoletto ama no mundo é sua filha Gilda, que é seduzida e abandonada pelo duque. No monólogo Pari siamo, em que Rigoletto compara o poder ferino de sua língua ao punhal de um assassino, ficamos conhecendo sua verdadeira natureza, muito diferente da de sua filha, uma jovem sonhadora de dezesseis anos, que ao se apaixonar pela primeira vez, repete o nome de seu amado, cantando a ária Caro Nome, nome querido. No recitativo Ella mi fu rapita e na subsequente ária Parmi vedere le lagrime é a vez do Duque, conquistador amoral e contumaz, de expressar sua frustração pelo rapto de Gilda, a primeira mulher que realmente despertou em seu coração um afeto constante.

 

LA SONNAMBULA, idílio pastoral em forma de ópera, foi composta por Bellini para a grande temporada anunciada pelo Teatro Carcano de Milão para 1831, com música vocal sob medida para o soprano-sensação do momento, Giuditta Pasta. Ambientada em uma remota aldeia nas montanhas suíças, a ópera conta a história de Amina, a sonâmbula, que caminha durante o sono e, quando acorda, não tem a mínima consciência de seus atos. O final da ópera é um longo solo de Amina. Após descer de uma perigosa ponte, andando enquanto dorme, Amina canta a ária Ah non credea mirarti. Tendo sido rejeitada pelo noivo na véspera do casamento devido a um mal-entendido causado pelo sonambulismo, ela lamenta que as flores do seu buquê de casamento, assim como sua felicidade, tivessem durado tão pouco. Mas, na pirotécnica cabaleta que se segue, Ah non giunge uman pensiero, cantada a partir do momento em que a jovem desperta nos braços do noivo e este a perdoa, Amina não cabe mais em si de felicidade, e expressa toda essa alegria através de um canto repleto de coloratura.

 

Sergio Casoy*  

(*) Excelente e apaixonado conhecedor e pesquisador de música lírica, grande amigo da cultura italiana, tem três livros publicados: Óperas e Outros Cantares (Ed.Perspectiva, 2006), Ópera em São Paulo 1952-2005 (EDUSP, 2006) e A Invenção da Ópera – A história de um engano florentino (Ed. Algol, 2007), e é um dos autores da obra coletiva Ópera à brasileira (Ed.Algol, 2009).Sua quarta obra, Contos de Óperas e Cantos, será lançada em novembro de 2009. Atualmente, trabalha na primeira biografia em português de Giacomo Puccini, com lançamento previsto para o primeiro semestre de 2010).

 

Fonte: Istituto Italiano di Cultura

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios