Notícias

Itália e Líbia contra a imigração ilegal

A Itália assinará um acordo de cooperação com o Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia, formado pela oposição ao ditador Muamma Kadafi, para barrar a imigração ilegal, conforme anúncio do chanceler italiano, Franco Frattini.

Em entrevista a um programa da emissora estatal RAI, o diplomata explicou que o acordo de cooperação pretende "prevenir e combater o fluxo de imigrantes irregulares, inclusive o problema da repatriação".

Frattini garantiu que o acordo será supervisionado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), diferentemente do tratado que Roma mantinha com Trípoli sob o governo de Kadafi.

O escritório da agência da ONU em Trípoli foi fechado em 2010 pelas autoridades líbias. O ministro das Relações Exteriores da Itália se mostrou satisfeito com a disposição do CNT em se comprometer com as "repatriações de imigrantes ilegais", demonstrando com isso "a seriedade da Líbia e manter a colaboração com a Itália", considerou.

Frattini anunciou ainda uma "grande assembleia" entre a Itália e representantes líbios, entre eles chefes de tribos e membros da sociedade civil, que ocorrerá na próxima semana em Roma.

A expectativa é que a capital italiana receba de 200 a 300 líbios. 

"Nós sugerimos, quando presidimos a reunião de Roma do grupo de contato sobre a Líbia, a ideia de uma grande assembleia política de reconciliação que compreenda todos os representantes tribais, de todas as regiões e de todos os ambientes sociais do povo líbio", recordou o chanceler.

Em 2008, Kadafi assinou acordos com a Itália e outros países da União Europeia em que, em troca de assistência financeira, ficava responsável por auxiliar no combate às saídas de imigrantes ilegais de sua costa marítima e se responsabilizava também por repatriar os refugiados para seus países de origem, a maioria proveniente da África Subsaariana.

O tratado foi desfeito pelo premier italiano, Silvio Berlusconi, no início deste ano, com o recrudescimento do conflito interno entre a oposição e as forças leais ao governo.

Com a quebra do tratado e a mortalidade do conflito líbio, uma onda migratória passou a se dirigir para a costa mediterrânea da Europa, sobretudo sobre a ilha de Lampedusa, alarmando as autoridades da União Europeia (UE).

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios