
A cidade de Roma, capital da Itália, recebeu a Conferência para a Retomada da Ucrânia, evento voltado a discutir a reconstrução do país após a guerra contra a Rússia, cujo fim ainda não aparece no horizonte.
Realizada no Centro de Congressos La Nuvola, a iniciativa foi organizada por Roma e Kiev e reuniu cerca de 5 mil participantes, incluindo aproximadamente 100 delegações governamentais e 40 organizações internacionais, além de 2 mil empresas e representantes da sociedade civil.
“Estamos trabalhando para criar uma grande coalizão para a reconstrução.
Tudo o que a Rússia destruiu pode ser reconstruído”, declarou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que pediu um “Plano Marshall” para seu país, em referência ao projeto financiado pelos Estados Unidos para reconstruir a Europa após a Segunda Guerra Mundial.
“Reconstruir a Ucrânia não diz respeito apenas ao meu país, mas também aos países, empresas e tecnologias de vocês”, acrescentou o mandatário, enquanto a Rússia tem intensificado os bombardeios aéreos contra a parte ocidental da Ucrânia, mais distante da linha de frente.
Um ataque com drones e mísseis na capital Kiev deixou duas pessoas mortas. “A Rússia não está se preparando para a paz, e todos estamos percebendo isso. Putin recusou todas as propostas de paz e quer que o nosso povo saia da Ucrânia e sofra”, salientou Zelensky.Já a premiê da Itália e anfitriã do encontro, Giorgia Meloni, disse que o encontro dará origem a acordos que totalizam mais de 10 bilhões de euros (R$ 6,57 bilhões) em prol da Ucrânia. “Temos de nos orgulhar do resultado que alcançamos todos juntos, nações, organizações internacionais, instituições financeiras, autoridades locais, empresas e sociedade civil”, destacou.
De acordo com a primeira-ministra, o evento transmite ao mundo a mensagem de que é importante olhar além da “insuportável injustiça que é infligida ao povo ucraniano há mais de três anos” e “conseguir imaginar uma Ucrânia reconstruída, livre e próspera”.
“A guerra muitas vezes abala a confiança no futuro, mas desta vez não foi assim. O povo ucraniano olhou o inimigo diretamente nos olhos e escolheu combater porque ama o que está defendendo e sabe olhar além do conflito. Isso permitiu à Ucrânia continuar vivendo e buscar uma luz na escuridão mais profunda”, declarou Meloni.
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, também discursou no evento e assegurou que a Ucrânia “não está sozinha”. “Queremos apoiar a liberdade e a independência e ser protagonistas da reconstrução do país, presidente Zelensky”, afirmou o chanceler, que defendeu que esse processo comece antes mesmo do fim da guerra.
“O povo ucraniano não pode ser privado de infraestruturas fundamentais, como redes elétricas”, acrescentou.
Durante o evento, países dispostos a fornecer garantias de segurança a Kiev no pós-guerra realizarão uma reunião por videoconferência com as presenças do presidente da França, Emmanuel Macron, e do premiê do Reino Unido, Keir Starmer.
Também será a primeira vez que os Estados Unidos, representados pelo enviado Keith Kellogg, que está em Roma, participam das discussões nesse formato.