
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, mostrou otimismo a respeito da aprovação do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, mas ressaltou que a adesão dependerá das medidas de apoio ao setor agropecuário.
A declaração chega uma semana depois de a Comissão Europeia ter enviado o texto do tratado comercial aos países-membros, acompanhado de um “ato jurídico” que estabelece proteções para produtores agropecuários do bloco, em meio aos temores sobre a concorrência com mercadorias mais baratas do Mercosul.
“Continuaremos vigiando as medidas de apoio à agricultura, das quais dependerá nossa adesão final. Sou e quero ser otimista. Refiro-me em particular ao respeito do princípio de reciprocidade nos padrões produtivos”, disse Tajani em audiência no Senado.
Segundo o ministro, a expansão da rede de acordos de livre comércio é um “objetivo estratégico” para a Itália e a Europa e permitirá “garantir cadeias de abastecimento seguras e mercados abertos a nossos produtos”.
“O acordo com o Mercosul é o maior já negociado pela União Europeia e um passo à frente muito concreto nas relações entre Europa e América Latina”, salientou.
As salvaguardas propostas por Bruxelas incluem um mecanismo de intervenção rápida caso a UE verifique um crescimento anormal nas importações de produtos agropecuários sul-americanos ou uma queda acentuada nos preços no setor no mercado europeu.
Além disso, a Europa vai criar uma reserva agrícola de 6,3 bilhões de euros para responder a eventuais “crises de mercado”, enquanto a importação de carne bovina terá uma cota máxima de 99 mil toneladas por ano, o equivalente a 1,5% da produção no bloco.